Para os católicos, a Semana Santa inicia-se no domingo anterior à
Páscoa, ou seja, 7 dias antes de sua ressurreição (Mateus
28:1; Marcos 16:2; Lucas 24:1; João 20:1). Nesse
primeiro domingo, celebram o Domingo de Ramos, celebrando a entrada triunfal de
Jesus em Jerusalém ( Mateus 21:1-11; Marcos 11:1-11; Lucas 19:28-44;
João 12:12-19).
“1
¶ Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao monte das
Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: 2 Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo
achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho. Desprendei-a e
trazei-mos. 3 E, se alguém vos disser
alguma coisa, respondei-lhe que o Senhor precisa deles. E logo os enviará.
4 Ora, isto aconteceu para se cumprir o
que foi dito por intermédio do profeta: 5
Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em
jumento, num jumentinho, cria de animal de carga. 6 Indo os discípulos e tendo feito como Jesus
lhes ordenara, 7 trouxeram a jumenta e o
jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus
montou. 8 E a maior parte da multidão
estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores,
espalhando-os pela estrada. 9 E as
multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao
Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!
10 E, entrando ele em Jerusalém, toda a
cidade se alvoroçou, e perguntavam: Quem é este? 11 E as multidões clamavam: Este é o profeta
Jesus, de Nazaré da Galiléia!” (Mateus 21:1-11 RA)
Aqueles ramos que vemos os católicos carregarem são em referência a
essa passagem (João 12:13), aqueles
tapetes gigantes feitos com serragem colorida de madeira também são em
referência a essa passagem em que as pessoas espalhavam suas vestes e ramos das
árvores pela estrada para que Jesus passasse por ela (Mateus 21:8).
O clamor que as pessoas faziam: HOSANA, trata-se de uma palavra
hebraica, é uma interjeição que pode ser traduzida como "Salva, por
favor!" ou "Salva-nos agora!" (Mateus 21:9). É uma expressão de súplica, um pedido por ajuda ou
livramento, que foi direcionado a Jesus Cristo, mostrando que aquelas pessoas
sabiam que Ele, Jesus, aquele que estava montado em um jumentinho, era o Senhor
e Salvador de todos (João 12:13).
A Igreja Católica tem tradições religiosas durante toda essa semana,
apesar de não ser possível encontrar na Bíblia esses eventos de forma
cronológica de maneira exata, eles celebram a segunda-feira santa como sendo o
dia em que Jesus expulsa os vendedores do templo (João
2:13-22). Terça-feira santa é vista como o dia em que
Jesus é confrontado pelos líderes do templo pela sua atitude no dia anterior (Mateus
21:23-27). Na quarta-feira santa, destaca-se a traição
de Judas (Mateus 26:14-16), a conspiração dos
mestres da lei contra Jesus (Mateus 26:3-4), e
também a preparação de Jesus a seus discípulos para os dias que viriam,
incluindo sua prisão, julgamento e crucificação (Mateus 26:17-75).
Na quinta-feira santa, esse sendo um dos dias mais importantes antes
da morte dEle, os católicos celebram a última ceia de Jesus, onde ele parte o
pão e o cálice e pede aos apóstolos que façam isso em memória dEle (Lucas
22:19-20). Os católicos acreditam que na Eucaristia, o
pão e o vinho se tornam o corpo e o sangue de Cristo, e é um sacramento central
da fé católica (1 Coríntios 10:16).
Nesse dia também, algumas lideranças católicas celebram o LAVA-PÉS,
simbolizando a humildade e amor ao próximo, onde uma pessoa lava os pés de
outras 12 pessoas simulando o que Jesus fez naquela mesma noite (João
13:1-17).
Sexta-feira Santa, Este é o dia da Paixão do Senhor, um dia de jejum
e penitência em que se recorda a crucificação de Jesus (Mateus
27:32-56). Na Sexta-feira Santa, especificamente, os
católicos são encorajados a observar um jejum rigoroso. Não se deve tomar café
da manhã e deve-se evitar qualquer tipo de prazer, incluindo namoro. Além
disso, não se deve beber cerveja, cachaça ou qualquer bebida alcoólica. O vinho
é a única bebida permitida.
Sábado Santo, também conhecido como Sábado de Aleluia, é um dia de
oração e expectativa, marcando a vigília pascal, uma das celebrações mais
significativas no calendário litúrgico dos católicos. É um momento de espera
simbolizando a descida de nosso Senhor e Salvador ao mundo dos mortos, onde Ele
venceu o poder da morte ao ressuscitar e libertar os cativos (Apocalipse
1:17-18, Colossenses 2:15, Efésios 4:8-10).
Finalmente então, no domingo de Páscoa, celebra-se a Ressurreição de
nosso Salvador Jesus Cristo, o dia mais importante de todos, pois foi nesse dia
que ele venceu a morte e agora vivo pode nos dar a mesma vida (Mateus
28:6; Marcos 16:6; Lucas 24:6; João 20:9, João 11:25).
Todas essas tradições acima descritas são originais e praticadas
pela Igreja Católica. A maioria delas, porém, não é adotada pelas igrejas
protestantes. Os protestantes surgiram no século XVI, com a Reforma iniciada
por Martinho Lutero. O termo "protestante" passou a ser usado para
identificar aqueles que se opunham a determinadas práticas e doutrinas da
Igreja Católica que consideravam contrárias às Escrituras Sagradas — como a
venda de indulgências e a idolatria. Os reformadores denunciaram a deturpação da
mensagem do Evangelho provocada por essas práticas, reafirmando a centralidade
da adoração exclusiva a Deus e a salvação pela graça, mediante a fé em Cristo.
Esses princípios permanecem essenciais para as igrejas evangélicas até os dias
de hoje.
Mas não é por isso que tudo o que a Igreja Católica pratica está
errado. Um exemplo é a Ceia do Senhor, que é uma prática baseada na passagem
bíblica em Lucas 22:19-20, onde Jesus pediu
aos apóstolos para realizarem em Sua memória, e eles continuaram a fazê-lo,
conforme registrado nos Atos dos Apóstolos 2:42, 1 Coríntios 11:23-26, 1
Coríntios 10:16-17. Inclusive os protestantes também
praticam essa Ceia em memória de Jesus.
Mas algumas tradições são exclusivas dos católicos, estabelecidas
pelos Papas, como a questão de se abster-se de carne na semana santa, não há
referência bíblica para isso.
Vejo frequentemente a prática da piedade sendo confundida com
"tristeza" no dia em que Jesus morreu na cruz. É claro que ninguém,
nem mesmo Deus, celebra a morte de seu próprio filho. No entanto, Ele não está
morto; Ele ressuscitou (1 Coríntios 15:3-4), e
essa morte foi essencial para a nossa salvação (Romanos 5:8).
Alegria! Pode até parecer que devemos ficar tristes com a morte de
Jesus, mas Ele morreu para que tenhamos alegria. Ele sabia de tudo, não foi
traído, pois já sabia e escolheu o que o trairia (João
13:11). Não foi morto, pois Ele se entregou (João
10:18). Ninguém poderia impedir o que Jesus veio fazer.
Pedro até tentou convencê-Lo, mas foi duramente advertido e ainda chamado de
Satanás (Mateus 16:23), pois o plano, apesar de
ter tido um desfecho horrível, foi necessário para nos dar vida.