Hebreus 10:25 (RA) diz:
"Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima."
Esse versículo é um apelo à importância da comunhão entre os crentes, especialmente em tempos de dificuldades e quando a volta de Cristo ("o Dia") está cada vez mais próxima. A congregação, ou seja, reunir-se regularmente com outros cristãos, é essencial para a vida espiritual saudável de um crente. Aqui estão alguns pontos chave a partir desse versículo:
1. Não deixar de congregar: A expressão "não deixemos de congregar-nos" sublinha a importância de estar regularmente em comunhão com outros cristãos. O escritor de Hebreus reconhece que alguns haviam adotado o hábito de não se reunirem, talvez por desânimo, perseguição ou distração. Contudo, ele adverte contra isso, pois o isolamento espiritual pode levar ao enfraquecimento da fé e à vulnerabilidade a falsas doutrinas.
2. Admoestação mútua: "Façamos admoestações" sugere que os crentes devem encorajar, exortar e corrigir uns aos outros. A vida em comunidade proporciona a oportunidade de crescimento mútuo, pois os membros da igreja podem se apoiar, aconselhar e desafiar uns aos outros a seguir firmemente a fé. O papel da admoestação inclui não apenas advertências, mas também encorajamento e apoio espiritual.
3. O Dia se aproxima: A referência ao "Dia" fala do retorno de Cristo e do julgamento final. A iminência desse evento deve motivar os crentes a estarem sempre vigilantes, buscando fortalecer sua fé e a dos outros enquanto aguardam a volta de Jesus. À medida que o Dia se aproxima, há uma necessidade crescente de estar em comunhão e preparados espiritualmente.
Embora Jesus venha para salvar aqueles que são dele, a Bíblia ensina que a salvação não é apenas sobre um momento inicial de fé, mas sobre uma caminhada constante em obediência e fidelidade. Estar preparado significa permanecer firme na fé, perseverar em boas obras e continuar crescendo espiritualmente:
• Mateus 24:13: "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo."
• 2 Pedro 3:14: "Por isso, amados, enquanto esperais estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis."
Mesmo para os crentes, o Dia do Senhor envolve prestação de contas:
• 2 Coríntios 5:10: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo."
Estar preparado implica viver de modo a agradar a Deus, evitando o risco de perder recompensas espirituais ou de sentir vergonha por uma vida negligente (1 Coríntios 3:12-15).
Jesus frequentemente destacou a necessidade de vigilância e serviço ativo enquanto se aguarda sua vinda. As parábolas dos talentos (Mateus 25:14-30) e das dez virgens (Mateus 25:1-13) enfatizam a importância de ser encontrado fiel e vigilante.
• Lucas 12:43: "Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim."
Para os crentes, o retorno de Cristo não é motivo de temor, mas de grande esperança. Estar preparado é também uma forma de expressar confiança na promessa de Cristo e ansiar pela plenitude de sua presença:
• Filipenses 3:20-21: "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo."
• 2 Timóteo 4:8: "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda."
Embora Jesus venha salvar os que já são dEle, a Bíblia nos lembra que:
a. A salvação é evidenciada pelo fruto de uma vida transformada (João 15:8).
b. A preparação constante é um sinal de obediência e vigilância, evitando cair em desânimo ou afastamento (Hebreus 3:12-14).
Portanto, estar preparado não é apenas sobre ser salvo, mas sobre viver plenamente em comunhão com Deus, aguardando com fidelidade e alegria o Dia em que a redenção será plenamente consumada.
4. Comunhão como proteção espiritual: Congregando-se, os cristãos são edificados pela pregação da Palavra, participam dos sacramentos (como a Ceia do Senhor) e se envolvem em orações comunitárias. A comunhão regular ajuda a manter a fé viva e vibrante, enquanto a admoestação mútua oferece a correção necessária para não cair em desvio espiritual.
Esse versículo (Hebreus 10:25) ressalta que a vida cristã não deve ser vivida de forma isolada, mas em comunidade, onde o amor, a exortação e o apoio mútuos são essenciais para o crescimento espiritual.
A ideia de congregar-se e manter a comunhão com outros crentes é repetida em várias passagens bíblicas. Aqui estão alguns versos que corroboram com o ensino de Hebreus 10:25:
Mateus 18:20: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles."
Este versículo sublinha a importância da comunhão entre os crentes. Jesus promete sua presença entre aqueles que se reúnem em seu nome, mostrando a força espiritual que vem da união.
Atos 2:42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações."
A Igreja Primitiva é descrita como uma comunidade que se reunia regularmente para compartilhar a doutrina, a ceia, e a oração. Isso destaca o valor da comunhão contínua para a edificação mútua e crescimento espiritual.
Salmos 133:1: "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!"
Este versículo celebra a beleza e bênção de viver em união e harmonia com outros crentes, refletindo o poder e a bondade que há em estar juntos como um corpo de fé.
Efésios 4:16: "De quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor."
Paulo compara a igreja a um corpo, onde cada membro (cada crente) desempenha uma função essencial. O corpo cresce e se fortalece em amor quando os membros estão juntos, ajudando-se mutuamente.
1 Tessalonicenses 5:11: "Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo."
Aqui Paulo encoraja os crentes a se edificarem mutuamente, oferecendo apoio e encorajamento. Esse tipo de admoestação mútua é essencial para a vida em comunidade.
Colossenses 3:16: "Habitualmente, a palavra de Cristo em vós, ricamente; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração."
Esse versículo mostra a importância de instruir-se e aconselhar-se mutuamente dentro da comunidade cristã, enfatizando a riqueza que existe em uma vida espiritual compartilhada.
Provérbios 27:17: "Como ferro com ferro se afia, assim o homem afia o rosto do seu amigo."
A metáfora do ferro afiando ferro sugere que as interações com outros crentes nos ajudam a crescer, nos corrigem e nos fortalecem. A comunhão é vital para o crescimento espiritual pessoal.
Esses versos, assim como Hebreus 10:25, reforçam a necessidade de viver a fé em comunidade, exortando e encorajando uns aos outros para se manterem firmes na caminhada cristã.
Mas existem algumas situações em que a comunhão com outras pessoas não é encorajada:
1. 2 Coríntios 6:14-15: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?"
Este texto alerta contra parcerias ou relações íntimas que possam comprometer os valores cristãos, enfatizando que luz e trevas não podem coexistir em harmonia.
2. 1 Coríntios 15:33: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes."
Paulo lembra que relacionamentos negativos podem influenciar e prejudicar o caráter e a conduta de um crente.
3. Salmos 1:1: "Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores."
Este salmo celebra a bênção de evitar seguir o conselho ou se associar com aqueles que rejeitam a Deus.
Mas as passagens acima se referem a pessoas corrompidas, de má índole, que têm prazer em pecar. Não se referem a pessoas que ainda não conhecem a verdade e que ainda carecem do evangelho. Os versos abaixo nos encorajam a termos uma convivência respeitosa com os que não são crentes:
1. 1 Coríntios 5:9-13: “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.”
Paulo esclarece que, embora devamos evitar nos conformar aos padrões de vida pecaminosos, a convivência com não crentes no cotidiano é inevitável. Ele vai além ao afirmar que não devemos nos associar com quem se diz cristão, mas pratica todas essas coisas; com esse, nem sequer devemos comer.
2. Romanos 12:18: "Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens."
Este versículo encoraja os crentes a buscarem a paz e a harmonia em seus relacionamentos, independentemente da fé do próximo.
3. 1 Pedro 2:12: "Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo em que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação."
Pedro incentiva os crentes a viverem de maneira exemplar diante dos não crentes, para que suas ações possam testemunhar sobre Cristo.
4. Mateus 5:16: "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."
Jesus instrui os crentes a viverem como luz no mundo, impactando positivamente aqueles ao seu redor, inclusive os não crentes.
Embora a Bíblia aconselhe prudência em relacionamentos muito próximos com não crentes para preservar os valores cristãos, ela também incentiva a convivência respeitosa e testemunhal, destacando que os cristãos são chamados a ser luz e sal no mundo. O equilíbrio está em cultivar comunhão edificante com irmãos na fé, enquanto se vive de maneira que glorifique a Deus em todas as relações.
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