Moisés e o Legado da Rejeição: Lições do Discurso de Estêvão
17 ¶ Como, porém, se
aproximasse o tempo da promessa que Deus jurou a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou
no Egito,
São várias as
promessas feitas a Abraão. Uma delas é que seus descendentes se tornariam uma
grande nação (Gênesis 12:2). Esta promessa estava se cumprindo conforme o
crescimento dos descendentes de Abraão. No entanto, ainda faltava o cumprimento
de uma das principais promessas: que eles teriam a sua própria terra (Gênesis
15:18-21). Para isso, era necessário que saíssem do Egito (Êxodo 3:8).
18 até
que se levantou ali outro rei, que não conhecia a José. 19 Este outro rei tratou com astúcia a nossa
raça e torturou os nossos pais, a ponto de forçá-los a enjeitar seus filhos,
para que não sobrevivessem.
O rei que conhecia
José o tratou com honra, não apenas a ele, mas também a toda a sua família
(Gênesis 41:46-47). No entanto, quando novas lideranças surgiram, elas se
esqueceram de quem era José e começaram a impor trabalho forçado a todos os
israelitas (Êxodo 1:8-11). A opressão foi tão severa que o faraó ordenou que
todos os filhos do sexo masculino dos israelitas fossem lançados no Nilo, uma
forma de forçar o abandono dos filhos (Êxodo 1:22). Satanás trabalhava
fortemente mesmo nessas antigas épocas, e através dessas autoridades, tentava
de alguma forma anular a promessa que Deus havia feito a eles, diminuindo a sua
descendência (Êxodo 1:12).
20 Por
esse tempo, nasceu Moisés, que era formoso aos olhos de Deus. Por três meses,
foi ele mantido na casa de seu pai;
Como parte do
controle da crescente população hebreia, as autoridades agiram radicalmente,
ordenando a morte de todos os bebês do sexo masculino (Êxodo 1:22). Moisés, no
entanto, foi escondido na casa de seus pais e, posteriormente, foi colocado em
um cesto no rio Nilo, um plano cuidadosamente elaborado por sua mãe que teve
sucesso (Êxodo 2:1-3).
21 quando foi exposto, a filha de Faraó o
recolheu e criou como seu próprio filho.
A filha do faraó
estava tomando banho no rio, e a irmã de Moisés ficou espiando o cesto onde o
bebê estava indo na direção dela (Êxodo 2:4). A mulher se comoveu com o bebê e
decidiu adotá-lo, mas ele ainda precisava de leite materno. Então, ela pediu
que encontrassem uma hebreia que pudesse amamentá-lo (Êxodo 2:7-8). Foi quando
a irmã de Moisés saiu de onde estava e ofereceu-se para encontrar alguém que
pudesse amamentá-lo, assim Moisés foi amamentado por sua própria mãe (Êxodo
2:9). Vejam a graça de Deus nisso!
O cesto onde Moisés
foi encontrado, que se tornou conhecido como "cesto de Moisés", é um
tipo de cesto semelhante à cesta que Chapeuzinho Vermelho carregava, mas com
uma estrutura mais resistente, adequada para transportar o bebê pelo rio. O
nome "cesto de Moisés" dos cestos que as mães usam hoje em dia para
colocar seus filhos ou usado para compras ou piqueniques vem justamente dessa
história.
22 E Moisés foi educado em toda a ciência dos
egípcios e era poderoso em palavras e obras.
Apesar de ser
amamentado por sua mãe, Moisés foi educado pelos egípcios, uma vez que foi
adotado pela filha do faraó (Êxodo 2:10). No entanto, não foi apenas a educação
egípcia que lhe conferiu autoridade em suas palavras e ações. Moisés já era
ungido por Deus para um propósito maior: salvar o seu povo do jugo dos egípcios
(Êxodo 3:10).
23 Quando completou quarenta anos, veio-lhe a
idéia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel.
Não era como em uma
novela, onde o adotado nunca sabe que é adotado e, quando descobre, isso gera
uma grande confusão. Moisés sabia de sua origem, pois a diferença entre as
raças hebreias e egípcias era bastante evidente (Êxodo 2:11).
24 Vendo um homem tratado injustamente,
tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio.
Apesar de crescer e
ser educado como um egípcio, Moisés nunca esqueceu sua verdadeira identidade
como israelita. Ele foi visitar seus conterrâneos e, ao ver que estavam sendo
maltratados, vingou a injustiça cometida contra eles ao matar o egípcio que
estava espancando um hebreu, na presença de seus irmãos (Êxodo 2:11-12).
25 Ora, Moisés cuidava que seus irmãos
entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não
compreenderam.
Moisés, em sua
inocência, acreditava que seus irmãos compreenderiam que a situação que ele
havia criado era um sinal de Deus de que Ele os libertaria do jugo egípcio. No
entanto, eles não entenderam dessa forma (Êxodo 2:13-14).
26 No dia seguinte, aproximou-se de uns que
brigavam e procurou reconduzi-los à paz, dizendo: Homens, vós sois irmãos; por
que vos ofendeis uns aos outros? 27 Mas
o que agredia o próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu autoridade e
juiz sobre nós?
Moisés demonstra,
com essa atitude, seu interesse no bem-estar e na união entre seus irmãos
(Êxodo 2:13-14). No entanto, em vez de aproveitar a influência visível que
Moisés tinha ao pertencer à família real, os hebreus não aceitaram Moisés como
líder. Estêvão, em seu discurso diante do Sinédrio, destaca que até mesmo
Moisés foi rejeitado pelos seus próprios irmãos no início de sua missão. Este
padrão de resistência não é único a Moisés, mas é uma característica comum na
história dos líderes escolhidos por Deus. Assim como vários outros personagens
bíblicos importantes, Moisés enfrentou a resistência do povo de Israel, o que
ilustra a dificuldade contínua de aceitar aqueles que são enviados por Deus
(Atos 7:26-29).
28
Acaso, queres matar-me, como fizeste ontem ao egípcio? 29 A estas palavras Moisés fugiu e tornou-se
peregrino na terra de Midiã, onde lhe nasceram dois filhos.
Moisés, percebendo
que seus irmãos interpretaram erroneamente sua intervenção ao matar o egípcio,
fugiu do Egito para evitar a condenação (Êxodo 2:15). Durante o tempo que
esteve fora, Moisés formou uma família e Deus usou esse período para prepará-lo
para sua grande missão de resgatar o povo de Israel do Egito (Êxodo 2:21-22;
Atos 7:29).
Agora, ao revisitar
o início do discurso de Estevão, é importante notar que, embora pareça que ele
esteja apenas repetindo a história da origem de seu povo para seus irmãos, ele
está, na verdade, preparando sua defesa contra as acusações de: Blasfêmia
Contra Moisés e a Lei e blasfêmia Contra o Templo (Atos 6:11, 13-14).
No discurso, Estêvão
aborda essas acusações de forma a mostrar que a resistência ao plano de Deus e
àqueles que Ele envia não é uma novidade. Ele faz isso através de uma revisão
da história de Israel, destacando:
1-
A Rejeição de Moisés: Estêvão explica que Moisés, mesmo sendo um líder escolhido por
Deus, foi rejeitado por seu próprio povo (Atos 7:27-29). Ele usa este exemplo
para ilustrar que a rejeição de líderes divinamente enviados é um padrão na
história de Israel.
2-
A Resistência ao Plano de Deus: Ele começou
a demonstrar em seu discurso que a resistência a líderes e a rejeição das instruções
divinas são recorrentes na história de Israel, citando figuras como José e
os profetas (Atos 7:9-52).
3-
A Questão do Templo: Estêvão argumentará que o templo físico não é a única forma de
habitação de Deus, e que Deus não pode ser limitado a um lugar específico (Atos
7:48-50). Ele destaca que, desde o início, Deus esteve presente com Seu povo em
diferentes formas e lugares, e que o templo não deve ser visto como uma
limitação à presença de Deus.
Leia o próximo
estudo e acompanhe Estêvão defendendo-se brilhantemente diante das autoridades,
cheio do Espírito Santo.
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