quinta-feira, 15 de agosto de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (7:17-29)

Moisés e o Legado da Rejeição: Lições do Discurso de Estêvão

17 ¶ Como, porém, se aproximasse o tempo da promessa que Deus jurou a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito,

São várias as promessas feitas a Abraão. Uma delas é que seus descendentes se tornariam uma grande nação (Gênesis 12:2). Esta promessa estava se cumprindo conforme o crescimento dos descendentes de Abraão. No entanto, ainda faltava o cumprimento de uma das principais promessas: que eles teriam a sua própria terra (Gênesis 15:18-21). Para isso, era necessário que saíssem do Egito (Êxodo 3:8).

 18  até que se levantou ali outro rei, que não conhecia a José. 19  Este outro rei tratou com astúcia a nossa raça e torturou os nossos pais, a ponto de forçá-los a enjeitar seus filhos, para que não sobrevivessem.

O rei que conhecia José o tratou com honra, não apenas a ele, mas também a toda a sua família (Gênesis 41:46-47). No entanto, quando novas lideranças surgiram, elas se esqueceram de quem era José e começaram a impor trabalho forçado a todos os israelitas (Êxodo 1:8-11). A opressão foi tão severa que o faraó ordenou que todos os filhos do sexo masculino dos israelitas fossem lançados no Nilo, uma forma de forçar o abandono dos filhos (Êxodo 1:22). Satanás trabalhava fortemente mesmo nessas antigas épocas, e através dessas autoridades, tentava de alguma forma anular a promessa que Deus havia feito a eles, diminuindo a sua descendência (Êxodo 1:12).

 20  Por esse tempo, nasceu Moisés, que era formoso aos olhos de Deus. Por três meses, foi ele mantido na casa de seu pai;

Como parte do controle da crescente população hebreia, as autoridades agiram radicalmente, ordenando a morte de todos os bebês do sexo masculino (Êxodo 1:22). Moisés, no entanto, foi escondido na casa de seus pais e, posteriormente, foi colocado em um cesto no rio Nilo, um plano cuidadosamente elaborado por sua mãe que teve sucesso (Êxodo 2:1-3).

21  quando foi exposto, a filha de Faraó o recolheu e criou como seu próprio filho.

A filha do faraó estava tomando banho no rio, e a irmã de Moisés ficou espiando o cesto onde o bebê estava indo na direção dela (Êxodo 2:4). A mulher se comoveu com o bebê e decidiu adotá-lo, mas ele ainda precisava de leite materno. Então, ela pediu que encontrassem uma hebreia que pudesse amamentá-lo (Êxodo 2:7-8). Foi quando a irmã de Moisés saiu de onde estava e ofereceu-se para encontrar alguém que pudesse amamentá-lo, assim Moisés foi amamentado por sua própria mãe (Êxodo 2:9). Vejam a graça de Deus nisso!

O cesto onde Moisés foi encontrado, que se tornou conhecido como "cesto de Moisés", é um tipo de cesto semelhante à cesta que Chapeuzinho Vermelho carregava, mas com uma estrutura mais resistente, adequada para transportar o bebê pelo rio. O nome "cesto de Moisés" dos cestos que as mães usam hoje em dia para colocar seus filhos ou usado para compras ou piqueniques vem justamente dessa história.

22  E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras.

Apesar de ser amamentado por sua mãe, Moisés foi educado pelos egípcios, uma vez que foi adotado pela filha do faraó (Êxodo 2:10). No entanto, não foi apenas a educação egípcia que lhe conferiu autoridade em suas palavras e ações. Moisés já era ungido por Deus para um propósito maior: salvar o seu povo do jugo dos egípcios (Êxodo 3:10).

23  Quando completou quarenta anos, veio-lhe a idéia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel.

Não era como em uma novela, onde o adotado nunca sabe que é adotado e, quando descobre, isso gera uma grande confusão. Moisés sabia de sua origem, pois a diferença entre as raças hebreias e egípcias era bastante evidente (Êxodo 2:11).

24  Vendo um homem tratado injustamente, tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio.

Apesar de crescer e ser educado como um egípcio, Moisés nunca esqueceu sua verdadeira identidade como israelita. Ele foi visitar seus conterrâneos e, ao ver que estavam sendo maltratados, vingou a injustiça cometida contra eles ao matar o egípcio que estava espancando um hebreu, na presença de seus irmãos (Êxodo 2:11-12).

25  Ora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam.

Moisés, em sua inocência, acreditava que seus irmãos compreenderiam que a situação que ele havia criado era um sinal de Deus de que Ele os libertaria do jugo egípcio. No entanto, eles não entenderam dessa forma (Êxodo 2:13-14).

26  No dia seguinte, aproximou-se de uns que brigavam e procurou reconduzi-los à paz, dizendo: Homens, vós sois irmãos; por que vos ofendeis uns aos outros? 27  Mas o que agredia o próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu autoridade e juiz sobre nós?

Moisés demonstra, com essa atitude, seu interesse no bem-estar e na união entre seus irmãos (Êxodo 2:13-14). No entanto, em vez de aproveitar a influência visível que Moisés tinha ao pertencer à família real, os hebreus não aceitaram Moisés como líder. Estêvão, em seu discurso diante do Sinédrio, destaca que até mesmo Moisés foi rejeitado pelos seus próprios irmãos no início de sua missão. Este padrão de resistência não é único a Moisés, mas é uma característica comum na história dos líderes escolhidos por Deus. Assim como vários outros personagens bíblicos importantes, Moisés enfrentou a resistência do povo de Israel, o que ilustra a dificuldade contínua de aceitar aqueles que são enviados por Deus (Atos 7:26-29).

 28  Acaso, queres matar-me, como fizeste ontem ao egípcio? 29  A estas palavras Moisés fugiu e tornou-se peregrino na terra de Midiã, onde lhe nasceram dois filhos.

Moisés, percebendo que seus irmãos interpretaram erroneamente sua intervenção ao matar o egípcio, fugiu do Egito para evitar a condenação (Êxodo 2:15). Durante o tempo que esteve fora, Moisés formou uma família e Deus usou esse período para prepará-lo para sua grande missão de resgatar o povo de Israel do Egito (Êxodo 2:21-22; Atos 7:29).

Agora, ao revisitar o início do discurso de Estevão, é importante notar que, embora pareça que ele esteja apenas repetindo a história da origem de seu povo para seus irmãos, ele está, na verdade, preparando sua defesa contra as acusações de: Blasfêmia Contra Moisés e a Lei e blasfêmia Contra o Templo (Atos 6:11, 13-14).

No discurso, Estêvão aborda essas acusações de forma a mostrar que a resistência ao plano de Deus e àqueles que Ele envia não é uma novidade. Ele faz isso através de uma revisão da história de Israel, destacando:

1-   A Rejeição de Moisés: Estêvão explica que Moisés, mesmo sendo um líder escolhido por Deus, foi rejeitado por seu próprio povo (Atos 7:27-29). Ele usa este exemplo para ilustrar que a rejeição de líderes divinamente enviados é um padrão na história de Israel.

 

2-   A Resistência ao Plano de Deus: Ele começou a demonstrar em seu discurso que a resistência a líderes e a rejeição das instruções divinas são recorrentes na história de Israel, citando figuras como José e os profetas (Atos 7:9-52).

 

3-   A Questão do Templo: Estêvão argumentará que o templo físico não é a única forma de habitação de Deus, e que Deus não pode ser limitado a um lugar específico (Atos 7:48-50). Ele destaca que, desde o início, Deus esteve presente com Seu povo em diferentes formas e lugares, e que o templo não deve ser visto como uma limitação à presença de Deus.

Leia o próximo estudo e acompanhe Estêvão defendendo-se brilhantemente diante das autoridades, cheio do Espírito Santo.

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