quarta-feira, 31 de julho de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (6:1-7)

A Estrutura Inicial da Igreja: Diáconos, Apóstolos e a Distribuição Diária

“1 ¶ Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária.

Helenistas são judeus que nasceram em terras estrangeiras e que falavam grego. Esses estrangeiros estavam se queixando de que suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de dinheiro (Atos 6:1). Começou aí o primeiro problema do socialismo utópico, “a impressão de que estavam recebendo uma quantia inferior ao outro” (Atos 6:1).

2  Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas.

Os doze apóstolos, ou seja, todos responsáveis e líderes, não tinham entre eles alguém com autoridade máxima a ponto de tomar decisões contrárias às dos outros. Em uma só voz, todos os doze sabiam que o mais importante era a pregação do evangelho, e não a distribuição de dinheiro ao povo (Atos 6:2-4). Podem ter certeza de que alguns, naquela época, sabendo que eles distribuíam dinheiro diariamente, entravam para o grupo mesmo não sendo crentes em Cristo Jesus, interessados somente no conforto imediato, mas não duradouro, que o dinheiro poderia proporcionar.

3  Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço;

Podemos pensar: “Ah, mas é só para distribuir dinheiro ao povo; não precisa ser religioso, basta saber lidar com finanças e está tudo ok.” Nada disso! Todos os eleitos para diáconos deveriam ser cheios do Espírito Santo, ou seja, todos deveriam ser reconhecidamente dominados pelo Espírito Santo. Todos os diáconos deveriam ser conhecidos pelo povo como alguém temente a Deus (Atos 6:3).

4  e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.

Se havia algo que os apóstolos faziam mais do que anunciar a palavra de Deus, era orar. Vimos até aqui grandes discursos de quando eles saíam e anunciavam a palavra de Deus na rua ou no templo, e em um trecho curto vimos que eles se reuniam e oravam. Pode-se ter certeza de que esse trecho curto não significa que passavam curtos períodos orando; pelo contrário, eles viviam mais em oração e em grupo do que fora anunciando o evangelho. Quando saíam e pregavam aos de fora, novidades aconteciam, e por isso muitas mais coisas eram registradas pelo autor do livro (Atos 1:14; Atos 2:42).

Quanto à atividade de dividir o dinheiro, os apóstolos não necessariamente disseram que essa atividade não tinha valor na igreja. Pelo contrário, era uma atividade importante, sim, a distribuição sábia de dinheiro aos necessitados. Mas o que eles deixaram claro é que ELES, as testemunhas do Deus vivo, os portadores da boa nova, não poderiam deixar de anunciar o evangelho e de se consagrarem à oração para lidar com finanças (Atos 6:2-4). Em outras palavras, nem todos são chamados por Deus para ser pregadores, pastores ou mestres, mas todos com o Espírito Santo têm a obrigação de servir a Deus. Seja falando de Jesus na rua, em sua casa, seja servindo como tesoureiro na igreja, seja limpando a igreja ou encorajando os outros, TODOS que têm o Espírito Santo dentro de si se sentirão obrigados a fazer algo para Deus. Ele não nos deixará “confortáveis” enquanto não servirmos Aquele que nos deu vida em abundância (Efésios 4:11-12; 1 Coríntios 12:4-11). Somos chamados a ser servos de Deus, comprometidos a viver para Ele e realizar Suas obras (Romanos 6:22; 1 Pedro 2:16).

5  O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.

A palavra "prosélito" no contexto do Novo Testamento refere-se a uma pessoa gentia que se tornava judia. Antes da graça, alguém não israelita poderia pertencer ao povo de Deus se passasse pelo rito da circuncisão e obedecesse à lei judaica. Contudo, o problema com os novos convertidos ao cristianismo era que eles não estavam sendo obrigados a seguir essas práticas judaicas, o que causava repulsa e divisão entre os israelitas e aqueles que não compreendiam a verdadeira graça, resultando em conflito e resistência ao novo ensino pregado pelos apóstolos (Atos 15:1-5; Gálatas 2:3-5).

No início, a estrutura da igreja era composta por apóstolos e diáconos, esses ajudavam nos trabalhos de administração da igreja e cuidavam dos pobres, das viúvas e dos necessitados em geral. Além disso, os diáconos também pregavam o evangelho e ensinavam a doutrina cristã (Atos 6:1-4). A função do diácono não se restringia apenas à administração e ao cuidado dos necessitados, mas também incluía o ensino da palavra de Deus e a pregação do evangelho ao mundo. "Pouca coisa, não é?" (Atos 6:5-6; 1 Timóteo 3:8-13; Atos 11:29).

Por exemplo, Filipe, um dos sete diáconos escolhidos (Atos 6:5-6), é descrito como um evangelista em Atos 8:5-7, onde ele prega o evangelho em Samaria, realiza milagres, como a cura de paralíticos e coxos, e expulsa espíritos imundos. Isso ilustra como os diáconos estavam envolvidos na expansão do evangelho e no cuidado pastoral da comunidade.

Além da administração e do cuidado dos necessitados, os diáconos também desempenhavam um papel importante no serviço prático da igreja. Em Romanos 16:1-2, Febe, uma diaconisa, é mencionada como uma serva da igreja em Cencreia, que ajudava a receber irmãos e irmãs e apoiava a comunidade. Esse tipo de serviço prático era fundamental para a vida da igreja e permitia que os apóstolos se dedicassem à oração e ao ministério da palavra (Atos 6:4).

A função dos diáconos era abrangente, envolvendo tanto a administração dos recursos da igreja quanto a responsabilidade espiritual e pastoral. Em 1 Pedro 4:10, é destacado que cada cristão deve administrar os dons recebidos como "bons despenseiros da multiforme graça de Deus," refletindo a importância do serviço e da liderança na vida da igreja.

Filipenses 1:1 menciona os diáconos ao lado dos bispos, indicando que eles tinham um papel significativo na estrutura e no funcionamento da igreja primitiva. E em Tito 1:7-9, as qualificações para os bispos, que incluem características de liderança servidora e gestão responsável, mostram a importância da liderança dentro da comunidade cristã.

Portanto, o trabalho dos diáconos na igreja primitiva era complexo e multifacetado, incluindo administração, pregação, ensino e serviço prático, essencial para o funcionamento eficaz e fiel da comunidade cristã.

6  Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.

A imposição de mãos, como ainda é praticada hoje, era um ritual primitivo na igreja cristã. Esse tipo de ritual era usado em diversas situações, como na escolha de líderes nas igrejas (Atos 6:6), na cura de pessoas (Marcos 16:18) e na transmissão do Espírito Santo (Atos 8:17). No entanto, isso não era uma regra fixa e não funcionava apenas quando as mãos eram impostas.

Em várias ocasiões, vemos o Espírito Santo tomar as pessoas apenas através da pregação, sem a imposição de mãos (Atos 10:44). Pessoas também foram curadas e até ressuscitadas apenas pela voz (João 11:43-44) ou à distância, sem a imposição de mãos (Mateus 8:13).

Esse ritual de imposição de mãos estava sempre acompanhado de oração (Atos 13:3). É necessário tomar cuidado com esse tipo de manifestação para não dar a impressão de que algo está sendo manifestado somente porque alguém estendeu as mãos. É importante evitar a vaidade que pode surgir com esse tipo de ritual.

7  Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.

A pregação de Pedro e dos apóstolos era realmente convincente, trazendo novos cristãos, alunos, aprendizes e discípulos diariamente, inclusive entre os sacerdotes (Atos 2:41, Atos 6:7). É importante lembrar que, embora alguns sacerdotes tenham entregado Jesus à cruz por inveja, nem todos os religiosos daquela época condenaram Cristo. Nicodemos, por exemplo, não seguiu a Cristo abertamente, mas mostrou humildade e respeito por Ele (João 3:1-2; João 19:39). Muitos outros também reconheceram Jesus como o Messias.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (5:40-42)

Proibidos de Falar, Mas Não de Crer: A Resistência Apostólica

40  Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram.

O açoitamento era um castigo físico severo e doloroso (Mateus 10:17), e através desse castigo, tentaram intimidar os apóstolos e os proibiram de continuar a propagar o nome de Jesus Cristo. Seguindo o conselho de Gamaliel (Atos 5:34-40), eles os soltaram, não aplicando uma punição mais severa, como a pena de morte, que foi imposta a muitos outros cristãos (Atos 7:59-60).

Este versículo destaca a resistência que os primeiros cristãos enfrentaram ao tentar propagar a mensagem de Jesus. Os apóstolos estavam dispostos a sofrer e enfrentar punições severas por causa de sua fé e missão. A ordem das autoridades para que não falassem em nome de Jesus é uma tentativa clara de suprimir a verdade do evangelho.

Porém, como podemos ler nos versículos subsequentes, os apóstolos continuaram a pregar, mostrando a profundidade de sua convicção e compromisso com a missão que Jesus lhes havia dado.

41  E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome.

Os apóstolos ficaram felizes por terem sofrido em nome de Jesus. Isso reflete uma profunda convicção e fé, mostrando que eles entendiam o sofrimento como uma honra e uma confirmação de seu compromisso com Cristo. Eles estavam dispostos a enfrentar oposição e dor, considerando isso parte da sua missão.

O "Nome" refere-se a Jesus Cristo. O uso do termo "Nome" reflete a importância e a reverência que os apóstolos tinham por Jesus. Eles reconheciam o poder e a autoridade que havia no nome de Jesus e estavam prontos para enfrentar qualquer consequência por proclamar esse nome. (Mateus 5:10-12, 1 Pedro 4:13-16)

42  E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.” (Atos 5:1-42 RA)

A punição que os apóstolos receberam não foi suficiente para fazê-los parar de pregar o evangelho. Eles continuavam com ousadia a pregar a verdade em locais públicos, como os templos, e em locais particulares, como as residências das pessoas (Atos 2:46; Atos 20:20), mostrando que o lugar não importa; o importante é alcançar cada vez mais pessoas. Apesar das ameaças e punições, eles permaneciam inabaláveis em sua tarefa de proclamar Jesus como o Messias (Romanos 1:16).

A perseverança dos apóstolos diante da oposição serve de inspiração para os cristãos de hoje. Este versículo nos lembra que seguir a Cristo pode trazer desafios e oposição, mas a fidelidade à mensagem do evangelho é de suprema importância.

ATOS DOS APÓSTOLOS (5:26-39)

O Confronto com o Sinédrio e a Coragem dos Apóstolos

26 ¶ Nisto, indo o capitão e os guardas, os trouxeram sem violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo.

Já vimos aqui algumas referências de que o povo era simpático a essa nova igreja. O problema era a inveja desses líderes que instigavam o povo contra nosso Senhor Jesus. Se não houvesse oposição, se não houvesse quem de forma violenta trabalhasse contra o evangelho de Deus, certamente hoje já teríamos o mundo todo evangelizado (ou será que não?). O povo aceitava o que Pedro dizia; eles não apenas falavam, mas provavam através de sinais. Deus dava testemunho de que tudo o que diziam era verdade, mas temiam o que poderia acontecer com eles por causa dessas autoridades que não apoiavam esse novo ensino (Atos 5:12-14).

27  Trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os, 28  dizendo: Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.

Esse era o problema deles: o nome de Jesus. Eles não estavam pregando "Deus", não estavam falando do Deus que todos conheciam e que, de certa forma, equivocadamente ou não, temiam. O Deus de Isaque, Jacó, Abraão e Moisés era conhecido de todos; era o Deus deles. Mas o problema é que estavam pregando o nome de Jesus.

Todos aceitam, até mesmo os ateus, ouvir e até falar o nome de Deus: "Ah, meu Deus", "Graças a Deus", diz um ateu que encontrou o que procurava ou que está espantado com alguma coisa. "Deus te abençoe", diz a moça do supermercado. "Deus te abençoe", dizem nossos parentes. Mas experimente dizer para essas pessoas: "Jesus esteja com você..." (Atos 4:17-18).

 29  Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.

Então, eles estavam sendo disciplinados a obedecer às autoridades religiosas, mas um anjo claramente lhes deu ordens diferentes dessas que estavam recebendo (Atos 5:19-20).

Nem sempre nossas autoridades religiosas terão razão. Se isso não fosse verdade, as mesmas autoridades religiosas que pregam o mesmo Cristo concordariam em tudo, mas não é isso que vemos. Basta ouvir líderes religiosos de diferentes denominações, ou até mesmo da mesma denominação, para perceber que podem estar transmitindo ideias diferentes. "Ah, mas podemos interpretar de várias formas a palavra de Deus". Errado. A mensagem que o autor escreve tem um objetivo; foi escrita em uma cultura, em uma determinada época e direcionada a um grupo de pessoas, ou a uma só pessoa, ou a todas as pessoas. Ela tem um propósito, e não podemos criar alegorias sobre o texto para satisfazer nossas ideias.

Se duas pessoas pensam diferente sobre determinado verso, ou uma das duas está equivocada ou as duas estão, mas nunca as duas poderão ter razão. E como podemos nos blindar de pessoas persuasivas que podem nos influenciar negativamente? Lendo e estudando a Bíblia. Assim como os bereanos, podemos medir tudo o que ela diz para saber se está de acordo com a palavra de Deus ou não (Atos 17:11).

30  O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro.

Essa é uma acusação gravíssima, e eles não poupavam nem mesmo as mais altas autoridades religiosas, responsabilizando essas mesmas autoridades pela morte de Jesus (Atos 5:28-30).

 31  Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.

Com sua destra, ou seja, com sua máxima autoridade e poder, com a mais alta honra, Deus o fez príncipe e Salvador. Outras versões traduzem que "Deus o colocou à sua destra", mas a maioria delas fala desta forma, dando ênfase a como Deus deu importância e honra ao exaltar Jesus a príncipe e salvador do mundo (Atos 5:31).

É importante observar aqui que, se ele foi exaltado, significa que estava em uma posição inferior anteriormente, mas isso não significa que havia algo ou alguém superior a ele antes, apenas que foi exaltado de um posto que ocupava anteriormente. Difícil pensar que Cristo era de certa forma inferior ao que é agora, certo? Tudo foi criado por ele, por meio dele e para ele. Como pode alguém ser exaltado ainda mais? Como pode alguém ter ainda mais poder e glória do que isso? Lembrem que Deus é soberano a tudo isso, e por mais que Jesus tenha sido e possa ainda ser mais "promovido", jamais terá poder igual ou superior a Deus.

Lembre-se, em outras palavras, Jesus foi o instrumento usado para criar tudo, e tudo foi criado para Ele:

"pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Colossenses 1:16).

E vejam como não perderam tempo e pregaram novamente sobre o arrependimento para a remissão dos pecados. Fato: temos que nos arrepender para ter o perdão. Fato: é o próprio Deus quem concede isso, para que ninguém se glorie; a glória é toda DELE (Efésios 2:8-9).

32  Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem.

Eles são testemunhas, assim como o Espírito Santo, que é dado a quem obedece (Atos 5:32). Mas o Espírito Santo não é dado aos que creem? Sim, mas crer é um mandamento, e obedecendo a esse mandamento — crer em Jesus — é que recebemos o Espírito Santo de Deus.

Lembram? Crer, se arrepender e ser batizado: essa é a ordem. Você obedece a Deus crendo. Ao crer, você se arrepende de seus pecados. Arrependido, você é convertido e não anda na mesma direção que andava antes. Arrependido, você recebe o batismo, tarefa realizada pelo Santo Espírito de Deus, que é enviado ao seu coração (Atos 2:38).

33  Eles, porém, ouvindo, se enfureceram e queriam matá-los.

Falar para essas pessoas que Cristo foi exaltado e é maior que todos os patriarcas, profetas e até mesmo Moisés não era confortável para aqueles que pregavam a lei baseada nesses homens. Eles estavam cientes de que essa nova doutrina, se prosperasse, iria tornar obsoleta a deles (Hebreus 3:3-6).

34  Mas, levantando-se no Sinédrio um fariseu, chamado Gamaliel, mestre da lei, acatado por todo o povo, mandou retirar os homens, por um pouco, 35  e lhes disse: Israelitas, atentai bem no que ides fazer a estes homens.

Um mestre da lei venerado, respeitado por todo o povo, se levantou e aconselhou a todos para tomarem cuidado com o julgamento que fariam dos apóstolos (Atos 5:34). Gamaliel é frequentemente lembrado por sua sabedoria e moderação. Além desse episódio, ele é também citado por Paulo, que menciona Gamaliel como seu mestre em sua formação. Todo o conhecimento que Paulo tinha da lei se deve, em grande parte, ao ensino do mestre Gamaliel (Atos 22:3). Contudo, não há registro de que Gamaliel se tornou cristão. Pode até ter acontecido, mas não há fatos bíblicos que comprovem isso. Ele continuou a ser fariseu, e um de seus discípulos, o apóstolo Paulo, movido por sua religião, perseguia, prendia e levava os cristãos à morte (Atos 8:3; Atos 9:1-2). Entendermos isso será importante para a explanação posterior logo abaixo.

36  Porque, antes destes dias, se levantou Teudas, insinuando ser ele alguma coisa, ao qual se agregaram cerca de quatrocentos homens; mas ele foi morto, e todos quantos lhe prestavam obediência se dispersaram e deram em nada. 37  Depois desse, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e levou muitos consigo; também este pereceu, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos. 38  Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; 39  mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram com ele.

Então, Gamaliel procurou embasar seu argumento de cautela contra esses homens relembrando o que aconteceu alguns dias atrás com um certo Teudas, que se achava alguma coisa. Ele conseguiu agregar 400 homens à sua crença, mas quando foi morto, todos os que prestavam obediência se dispersaram e não deu em nada. Ele citou ainda outro homem, um certo Judas, e quando ele também morreu, todos os que o seguiam abandonaram a sua crença (Atos 5:36-37).

Então ele argumenta: “Dai de mão a estes homens” (Atos 5:38), ou seja, uma expressão usada para dizer que não se deve preocupar com esses homens, como se fosse um deboche, crente de que aconteceria com eles o mesmo que aconteceu com os outros dois citados acima. Porém, ele conclui que, se a obra que anunciam não vem de homens, mas de Deus, a intervenção deles não seria apenas contra ideias humanas, mas estariam lutando contra o próprio Deus (Atos 5:39).

Vejo muitos mestres hoje ensinando a sermos moderados e prudentes como Gamaliel. Isso é importante, mas não devemos passar por cima de conselhos e recomendações que fazem parte da doutrina do evangelho para adotar o que Gamaliel, um fariseu, disse.

Paulo e os apóstolos foram perseguidos e mortos por divulgarem o evangelho, por serem polêmicos, por denunciarem falsos ensinos e falsos mestres (2 Coríntios 11:13-15; Gálatas 1:6-9). Não devemos ignorar todo o sacrifício que esses homens fizeram e adotar equivocadamente o conselho de Gamaliel, deixando que falsos mestres e falsos ensinos sejam introduzidos nas igrejas com o argumento de que “poderemos estar lutando contra o próprio Deus”.

Sejamos sensatos. Gamaliel foi sábio, e esse conselho foi muito útil para poupar os homens que queriam lutar contra o que os apóstolos ensinavam, impedindo-os de lutar contra o próprio Deus. Contudo, esse conselho não serve para os crentes que sabem e conhecem as Escrituras e conseguem identificar heresias e doutrinas demoníacas ensinadas por falsos profetas, falsos mestres, falsos apóstolos (2 Pedro 2:1; 1 João 4:1). Essas heresias devem ser enfrentadas e combatidas. A igreja não pode permitir um outro evangelho diferente do que foi anunciado sob muito derramamento de sangue (Gálatas 1:8-9). Quem prega o conselho de Gamaliel dessa forma, de deixar tudo e qualquer um falar o que quiser sobre o evangelho (2 Timóteo 4:3-4), na verdade está querendo se blindar de ataques do verdadeiro evangelho sobre ele mesmo.

ATOS DOS APÓSTOLOS (5:17-25)

A Inveja dos Saduceus e a Prisão dos Apóstolos

17 ¶ Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, isto é, a seita dos saduceus, tomaram-se de inveja, 18  prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública.

Seita significa um grupo menor se desligando de um grupo maior. Na época, o grupo predominante era o dos fariseus. Logo, os saduceus são considerados uma seita porque se desligaram desse grupo maior e, através de suas próprias doutrinas e convicções, criaram essa nova religião, antagônica às doutrinas do grupo maior. Destacam-se a doutrina de não acreditar na ressurreição (Mateus 22:23; Atos 23:8), em anjos, na imortalidade da alma e na predestinação de Deus, acreditando no livre-arbítrio.

Movidos pela inveja, esse grupo prendeu os apóstolos. Mas com que autoridade eles fizeram isso? Nada menos que o sumo sacerdote estava ali, tendo total influência sobre o povo e sendo responsável pelos cultos no templo. A inveja nunca foi tão mencionada na Bíblia como nessas circunstâncias envolvendo fariseus, saduceus e o Cristianismo (Atos 5:17-18).

Inveja pode ser resumida como um sentimento que faz alguém querer ter o que outra pessoa tem. Não necessariamente precisa ser algo material. Na Bíblia, os vários relatos em que aparece a inveja estão relacionados com o fato do invejoso querer ter a glória e o prestígio que o invejado tem, e não necessariamente o que ele possui. Por exemplo, José do Egito: os irmãos foram tomados de inveja, não por causa da roupa especial que José tinha, mas pelo carinho, atenção e honra que ele recebia (Gênesis 37:11). Não necessariamente queriam a roupa, mas a mesma honra que José tinha. Davi e Saul: a inveja de Saul por Davi não era pelo que ele materialmente tinha, mas pela honra que ele tinha ao declararem: "Davi matou dezenas de milhares e Saul apenas milhares" (1 Samuel 18:7). O desejo de ter intensamente o que o outro tem chama-se cobiça. Um exemplo claro desse pecado na Bíblia é o caso de Nabote e o rei Acabe. O rei queria o campo de Nabote para transformá-lo em um jardim, mas por motivos sentimentais, Nabote não vendeu o campo. O rei e sua rainha conspiraram até conseguir de forma trágica esse campo (1 Reis 21:1-16). O ciúme é outro pecado que faz alguém ficar inseguro quando perde a atenção ou consideração de alguém que gosta muito. Está mais relacionado à parte amorosa, mas não descarta acontecer com amigos ou pessoas que se considera muito.

No Novo Testamento, na circunstância da pregação do evangelho, os saduceus foram movidos pela inveja, não por algo material, até porque os apóstolos não tinham nada a mais do que eles já tinham. A inveja foi motivada por um certo ciúme, pois estavam perdendo a honra, a glória e a admiração do povo. O evangelho pregado por Pedro e os apóstolos atacava diretamente a seita dos saduceus. Eles estavam sendo contrariados publicamente pela pregação de Pedro. Tudo o que eles eram a favor, Pedro pregava contra: falava sobre o evangelho anunciado pelos anjos (Gálatas 1:8), falava sobre o inferno e as consequências após a morte para aqueles que negarem Jesus (Mateus 10:28; Marcos 9:43-48), falava sobre a soberania total de Deus sobre todos, inclusive sobre o “livre-arbítrio” (Romanos 9:18-21), e, principalmente, pregava sobre alguém que ressuscitou dos mortos, Jesus (Atos 4:2, 10; 1 Coríntios 15:12-14). Logicamente, vendo que estavam perdendo o povo para essa nova doutrina, movidos pela inveja, prenderam os dois até que pudessem ser julgados (Atos 5:17-18).

19  Mas, de noite, um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, lhes disse: 20  Ide e, apresentando-vos no templo, dizei ao povo todas as palavras desta Vida.

Notem que a palavra "Vida" está em letra maiúscula, pois o autor deu ênfase a essa palavra. Mas o que isso significa? Bem, "Vida" neste contexto se refere ao evangelho que eles vinham pregando. Esse evangelho estava transformando vidas, trazendo esperança e salvação a todos que ouviam. E essa mensagem, a mensagem desta vida abundante, desta nova vida em Cristo Jesus, não poderia cessar, não poderia deixar de ser anunciada (João 10:10; João 14:6).

21  Tendo ouvido isto, logo ao romper do dia, entraram no templo e ensinavam. Chegando, porém, o sumo sacerdote e os que com ele estavam, convocaram o Sinédrio e todo o senado dos filhos de Israel e mandaram buscá-los no cárcere.

Podemos pensar: “Quanta estupidez, isso não é fé, é estupidez. Acabaram de ser presos e no dia seguinte foram novamente ao mesmo lugar provocar aqueles que, com inveja, os prenderam.” Mas eles não estavam dispostos a obedecer a homens. A mensagem do anjo de Deus foi sem rodeios, direta, simples: voltem lá e continuem a anunciar o evangelho (Atos 5:20).

Diferentemente daqueles homens que abandonaram Jesus, eles corajosamente anunciavam o evangelho. A diferença é que agora eles tinham poder, tinham o Espírito Santo com eles. Sem o Espírito Santo, ninguém busca a Deus, nem um sequer; nem mesmo aqueles que estavam diariamente vendo os milagres de Jesus ficaram ao lado dele (Romanos 3:11).

Hoje temos a misericórdia de Deus e nos mantemos nela graças ao próprio Deus, graças ao Espírito Santo. Não se orgulhem de nada, é tudo pela misericórdia dele (Efésios 2:8-9).

22  Mas os guardas, indo, não os acharam no cárcere; e, tendo voltado, relataram, 23  dizendo: Achamos o cárcere fechado com toda a segurança e as sentinelas nos seus postos junto às portas; mas, abrindo-as, a ninguém encontramos dentro.

Pense na vergonha e no temor desses homens, do sumo sacerdote e dos saduceus, diante de muitas autoridades do povo. O Sinédrio pode ser comparado hoje ao Supremo Tribunal Federal, a autoridade máxima, com poder de julgar tanto pessoas religiosas quanto civis. O Senado dos filhos de Israel era composto por grupos de anciãos representando as tribos de Israel, todos aguardando para julgar esses homens que estavam pregando a ressurreição de um homem que se dizia ser o Messias.

Para a surpresa de todos, os guardas relataram que esses homens não estavam mais na cadeia. As portas estavam trancadas, todos os seguranças devidamente posicionados, mas a cela estava vazia (Atos 5:21-23).

 24  Quando o capitão do templo e os principais sacerdotes ouviram estas informações, ficaram perplexos a respeito deles e do que viria a ser isto.

Ficaram perplexos, cheios de incertezas. Logicamente, estavam ouvindo uma pregação diferente da que se ouvia. Estavam vendo sinais sendo realizados diante de seus olhos; por mais que não aceitassem, não podiam negar que algo muito sério estava acontecendo. Estavam saindo da zona de conforto com a pregação desse novo evangelho, sendo contrariados pela nova mensagem que Pedro anunciava (Atos 4:13-14).

25  Nesse ínterim, alguém chegou e lhes comunicou: Eis que os homens que recolhestes no cárcere, estão no templo ensinando o povo.

Isso estava acontecendo diante de todas as autoridades reunidas naquele Sinédrio. Fazia parte do plano de Deus que todas essas autoridades tomassem conhecimento do que estava acontecendo. Por isso, a importância dos apóstolos obedecerem a Deus e pregarem o evangelho como se não houvesse o amanhã. Eles não deixavam nada para depois, não perdiam tempo, anunciavam tudo, quer aceitassem ou não (Atos 4:19-20).

sexta-feira, 12 de julho de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (5:12-16)

Sinais e Prodígios: Testemunho da Ressurreição de Cristo

12 ¶ Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E costumavam todos reunir-se, de comum acordo, no Pórtico de Salomão.

Os sinais e prodígios realizados serviam para testemunhar ao povo que o testemunho que davam da ressurreição de Jesus Cristo era verdadeiro, era uma espécie de prova que Deus concedia ao povo, mas isso não era regra (Atos 2:22, Hebreus 2:4). Assim como o próprio Cristo falou que felizes são aqueles que acreditam sem ver (João 20:29), muitas passagens também destacam a aceitação do testemunho de Paulo e de outros apóstolos sem nem mesmo haver algum sinal ou prodígio, fruto apenas da exposição da palavra de Deus e do convencimento das pessoas perante as Escrituras que Jesus era o Cristo, o Messias prometido que tanto aguardavam (Romanos 10:17, Atos 17:2-3).

O local de reunião dos irmãos acontecia no Pórtico de Salomão. Este espaço era significativo para os judeus e tornou-se também para os cristãos, que se reuniam ali com outros seguidores de Cristo para orar, ensinar e realizar milagres (Atos 3:11, Atos 5:12).

O Pórtico de Salomão oferecia uma grande área coberta, protegida do sol e da chuva, permitindo que grandes grupos de pessoas se reunissem para ouvir os ensinamentos dos apóstolos. A presença constante dos apóstolos no Pórtico de Salomão proporcionava uma visibilidade pública significativa, ajudando a espalhar a mensagem do Evangelho para muitos que visitavam o Templo.

13  Mas, dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles; porém o povo lhes tributava grande admiração.

Todo o povo tinha conhecimento do que viera a acontecer com Ananias e Safira. O casal mentiu ao Espírito Santo, e o desfecho trágico da história causou temor a toda a população (Atos 5:1-11). Ninguém ousava se ajuntar com eles, pois a igreja primitiva demonstrava, através desse episódio, que hipocrisia e um falso comprometimento com Deus não eram aceitos ou tolerados. Somente aqueles que se envolvessem seriamente com Deus poderiam participar do grupo. Esse temor e respeito eram frutos do verdadeiro comprometimento e temor a Deus que as primeiras comunidades cristãs tinham em sua doutrina.

Apesar do medo de participar do grupo, o povo respeitava e admirava os cristãos. Este respeito vinha do fato de constatarem que o grupo era validado por Deus através de sinais e prodígios (Atos 2:43, Atos 5:12), mas também pela integridade e seriedade que os cristãos demonstravam e pregavam, não dando margem à falsidade e hipocrisia. Este respeito era uma prova do impacto positivo e transformador que a igreja estava tendo na sociedade, mesmo entre aqueles que ainda não eram membros.

A resposta dos que não ousavam se juntar à igreja demonstra a seriedade com que a vida espiritual deve ser tratada. É importante que os crentes vivam com uma reverência saudável a Deus, entendendo a santidade e a seriedade de seguir a Cristo (Filipenses 2:12, Hebreus 12:28).

14  E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor,

Mas o temor a Deus não diminuía ou afastava os verdadeiros filhos de Deus; pelo contrário, a igreja, mesmo debaixo de tamanho temor e respeito por todos, crescia em multidão. Isso vai de encontro com o que alguns pensam, de que o temor afasta os filhos de Deus. Há de se estudar qual tipo de temor estamos falando. O temor ou o medo pelo que vai acontecer no final dos tempos, esse sim é abordado e de certa forma condenado pelos apóstolos, pois quem ama a Deus, não teme as consequências, veja o verso abaixo:

"No amor não há medo; ao contrário, o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor." (1 João 4:18).

Pode-se perceber nitidamente que quem cita essa passagem para anular o temor a Deus cita de forma equivocada ou mesmo “criminosa”. Não devemos temer as consequências do grande dia, não devemos temer o que vai acontecer com os salvos em Cristo Jesus (veja o contexto da passagem acima), mas essa passagem ou qualquer outra nunca eliminou ou desfez a importância de temor, reverência e respeito ao nosso Deus e ao nosso Senhor Jesus Cristo (Atos 9:31; Atos 13:26; Efésios 5:21; 2 Coríntios 7:1 Veja também a explanação em Atos 19:17).

15  a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles. 16  Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando doentes e atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados.

Não há dúvidas sobre o tremendo poder de Deus sendo operado através desses apóstolos. Os sinais e prodígios realizados por eles não deixavam dúvidas ao povo de que Deus estava com eles e usava desses eventos para aprovar a mensagem que traziam (Atos 2:22; Hebreus 2:4). Devemos ter em mente que todos esses sinais e milagres sobrenaturais tinham um propósito, até mesmo aqueles feitos pelo nosso Senhor Jesus Cristo: validar a sua mensagem e confirmar que o que anunciavam vinha de Deus e estava de acordo com a sua vontade (João 20:30-31; Atos 14:3).

Não tem como negar o poder que o apóstolo Pedro tinha, ou mesmo o poder que foi dado ao apóstolo Paulo, mas esses poderes capazes de realizar grandes sinais eram secundários à mensagem do evangelho. Os milagres existem por causa do evangelho, e não o contrário; não é o evangelho que existe por causa dos milagres. Muitos podem receber a cura de suas enfermidades e, mesmo assim, continuar em pecado e em dívida com Deus (Lucas 17:17-18). Todo aquele que é salvo não necessariamente precisa passar por um evento milagroso ou espetacular para provar à sociedade que aconteceu algo sobrenatural. Muitos salvos em Cristo Jesus, registrados na Bíblia, receberam a salvação por simples exposição das Escrituras Sagradas (Romanos 10:17; 1 Pedro 1:23). Em algumas cidades onde Paulo pregou o evangelho, não foi registrado o evento de sinais e prodígios acontecendo; apenas a palavra os convenceu de que Jesus é o Messias (Atos 17:2-4; Atos 18:4).

O poder que Pedro ou Paulo recebiam de Deus era um sinal de apoio à sua pregação e não um superpoder que pudesse curar a todos como quisessem, ou até mesmo a si próprios. Exemplos bíblicos mostram que alguns apóstolos e cristãos fervorosos enfrentaram enfermidades sem serem curados. Paulo, apesar dos grandes milagres realizados através dele, mencionou um "espinho na carne" que Deus não removeu (2 Coríntios 12:7-9). Timóteo, um jovem pastor, enfrentava frequentes problemas estomacais, para os quais Paulo recomendou um remédio simples, sem prometer cura milagrosa (1 Timóteo 5:23). Trófimo, um companheiro de Paulo, foi deixado doente em Mileto (2 Timóteo 4:20). Esses exemplos reforçam que os sinais e maravilhas eram confirmatórios da mensagem do evangelho e não o foco principal. A salvação, o arrependimento e a fé em Jesus Cristo eram o centro da pregação dos apóstolos, enquanto os milagres serviam apenas como confirmação divina da verdade que anunciavam.

Isso não anula nos dias atuais o poder que Deus, em nome de Jesus, possui para nos livrar de qualquer enfermidade. Podemos alcançar qualquer coisa de acordo com a vontade de Deus (1 João 5:14-15). Jesus nos ensinou a pedir tudo e qualquer coisa a Deus, e às vezes não temos algo porque não pedimos ou porque não sabemos pedir (Mateus 7:7-8; Tiago 4:2-3). Tenha fé.