O Poder da Oração e da Intrepidez
23 ¶
Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quantas coisas lhes haviam
dito os principais sacerdotes e os anciãos.
Após Pedro e João serem soltos das mãos das autoridades religiosas,
eles se juntam aos outros discípulos e compartilham todas as ameaças e pressões
que enfrentaram por pregar o evangelho, certamente se lembrando do que Jesus os
havia dito a respeito disso:
Mateus 5:10-12: "Bem-aventurados os
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo,
disserem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é
grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que
foram antes de vós."
24
Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano
Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há;
Os discípulos reconhecem a soberania de Deus sobre todas as coisas e
citaram várias passagens que mostra a autoridade e controle que Deus tinha e
tem sobre toda a história do povo de Israel bem como das demais nações. Segue
algumas outras passagens que demostram a soberania de Deus:
Salmo 146:6: "Que fez o céu e a
terra, o mar e tudo o que neles há, e que guarda a verdade para sempre."
Isaías 44:24: "Assim diz o Senhor,
teu Redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o Senhor que faço todas as
coisas, que sozinho estendi os céus e espraiei a terra;"
25 que disseste por intermédio do Espírito
Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os
gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?
Neste versículo, os discípulos fazem referência a um Salmo atribuído
a Davi (Salmo 2:1-2), onde o autor questiona por que as nações se rebelam
contra o Senhor e tramam contra o seu Ungido. Isso reflete a oposição e a
resistência que o Messias enfrentaria, conforme profetizado nas Escrituras.
26 Levantaram-se os reis da terra, e as
autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; 27 porque verdadeiramente se ajuntaram nesta
cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos,
com gentios e gente de Israel, 28 para
fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram;
Os discípulos reconhecem que a oposição contra Jesus não foi um
evento aleatório, mas sim o cumprimento das profecias e do plano de Deus.
Herodes, Pôncio Pilatos e outras autoridades, tanto do povo judeu quanto dos
gentios, conspiraram contra Jesus, cumprindo assim o propósito divino
estabelecido desde antes dos tempos (Atos 2:23, Isaías 53:10).
Veja também o que declararam: “para fazerem tudo o que a tua mão e o
teu propósito predeterminaram” (Atos 4:28). Tudo foi predeterminado e
estipulado por Deus; o plano da salvação não foi se desdobrando e acontecendo
conforme a história ia avançando. Não, tudo foi planejado, e Cristo foi aquele
que cumpriu tudo, foi fiel até o fim (João 19:30). Até mesmo nossa eleição
parte de Deus, e não de nós; isso entra na área de predestinação, ou seja,
fomos criados e predestinados a sermos salvos por Cristo (Efésios 1:4). Entendo
e aceito que há passagens que também podem indicar o contrário, que temos livre
arbítrio e que dependemos de nossas escolhas para chegar até a Deus
(Deuteronômio 30:19), mas não se pode negar que tanto Pedro, como Paulo e
alguns outros pregavam a predestinação (Romanos 8:29-30), e mais que isso, ela
é bíblica, e por mais que seja difícil de compreender, ela é real (Efésios 1:11;
2 Tessalonicenses 2:13; Romanos 9:11-13;
2 Timóteo 1:9; Atos 13:48; João 15:16; João 15:16...).
29 agora, Senhor, olha para as suas ameaças e
concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra,
Neste verso, os discípulos estão pedindo a Deus que observe as
ameaças e perseguições que estavam enfrentando e que lhes dê coragem e ousadia
para continuar pregando o evangelho sem medo (Atos 4:29-31). Vejam que eles não
pediram para cessar as perseguições, mas pediram coragem para enfrenta-las (2
Timóteo 1:7).
Podemos concluir que pregar o evangelho não é uma tarefa fácil e
confortável; pregar o verdadeiro evangelho causará desconforto ao pecado e ao
mundo (Mateus 10:22). Falar somente o que as pessoas querem ouvir não é
evangelho; na verdade, isso faz parte do que Paulo anunciou sobre o que
aconteceria nos últimos dias em relação àqueles que procurariam mestres de si
mesmos, que falassem somente aquilo que queriam ouvir (2 Timóteo 4:3-4). O
evangelho requer mudança, conversão, e isso causa desconforto, causa impacto
(Atos 3:19). Ninguém quer ser acusado e chamado de pecador, e que o mesmo
precisa se arrepender e se converter de seus maus caminhos, mas é sobre isso a
mensagem principal que os apóstolos pregavam (Atos 2:38).
30 enquanto estendes a mão para fazer curas,
sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus.
E somente por meio de Jesus Cristo, o único nome sobre todo nome
(Filipenses 2:9). Jesus foi ungido e enviado por Deus para realizar sua obra. Os
discípulos reconhecem que Deus opera milagres e maravilhas através do nome de
Jesus, demonstrando assim o poder e a autoridade divina.
Marcos 16:17-18: "E estes sinais
seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão demônios; falarão novas
línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes
fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos e os curarão."
João 14:13-14: "E tudo quanto
pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se
pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei."
31 Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam
reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam
a palavra de Deus.
O tremor foi também um testemunho para eles de que Deus estava com
eles, de que Deus atendeu a oração deles e o que anunciavam estava de acordo
com a vontade de Deus (Atos 4:31). E após o lugar tremer, ficaram cheios do
Espírito Santo e, com a oração atendida, anunciavam a mensagem de Deus com
coragem.
Podemos aprender muito com essa passagem. Dentre elas, que quando enfrentamos
desafios e ameaças à nossa fé, buscamos coragem através da oração, seguindo o
exemplo dos discípulos que também pediram a Deus por intrepidez. Reconhecemos
que Deus opera milagres através do nome de Jesus, capacitando-nos para realizar
obras além da nossa capacidade humana, seja em curas físicas ou na
transformação de vidas.
Ao buscar a Deus em oração e depender do Espírito Santo,
experimentamos Sua presença palpável, capacitando-nos a proclamar a Palavra com
ousadia e eficácia, impactando as vidas ao nosso redor. Levantamos nossas vozes
a Deus em oração, buscando coragem e ousadia para proclamar o evangelho, mesmo
diante de ameaças e oposição, seguindo o exemplo dos discípulos. Ao orar e agir
em nome de Jesus, esperamos que Deus opere milagres e prodígios, demonstrando o
poder do evangelho e a presença contínua de Cristo em nosso meio.
Assim como os discípulos reconheceram a autoridade divina sobre
todas as coisas, confiamos que Deus está no controle mesmo em tempos de
perseguição e adversidade. As ações contra Jesus previstas nas Escrituras
fortalecem nossa fé, mostrando que Deus está no controle da história, mesmo nos
momentos mais difíceis, e que a oposição faz parte do plano divino. A
compreensão da soberania divina traz conforto e segurança, sabendo que, mesmo
diante da oposição, Deus continua a agir conforme Seu propósito e plano
estabelecido.
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