sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (1:12-14)

“Reunião no Cenáculo: Oração Unânime e a Presença de Maria”

12 ¶ Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado Olival, que dista daquela cidade tanto como a jornada de um sábado.

A lei estava tão profundamente enraizada na mente e nos corações das pessoas que o próprio autor, ao referir-se a unidades de medida, mencionou o sábado. De acordo com a antiga aliança, durante o sábado, era permitido caminhar apenas uma distância de quase 1 km. Em vez de indicar que o monte Olival estava a 2000 côvados, medida utilizada naquela época, ele prontamente citou a lei que todos conheciam. Não é à toa que, até hoje, o sábado é equivocadamente venerado por grupos religiosos, a ponto de existirem igrejas batizadas com esse nome.

13 Quando ali entraram, subiram para o cenáculo onde se reuniam Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago.

Cenáculo era um salão ou sala construído em cima do andar térreo de uma casa. Subiram todos e se reuniram ali. Observem como era comum o uso de nomes idênticos; parecia que, naquela época, os pais não tinham tanta criatividade para dar nomes a seus filhos (contém ironia). Contudo, ao longo desta carta, notaremos a presença de diversos e significativos personagens com nomes semelhantes, os quais são frequentemente identificados por outros meios, seja através de seus sobrenomes, apelidos ou até mesmo por um nome especial conferido por pessoas, comunidade, igreja, ou até mesmo por Jesus Cristo, como ocorreu com Simão Pedro.

 14  Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.

Estudar a formação da igreja primitiva é importante para quem busca estabelecer um ministério fundamentado nas escrituras sagradas. Podemos observar práticas que eram inicialmente adotadas pela igreja e que perduraram ao longo do tempo. Algumas práticas foram deixadas de lado à medida que a igreja amadureceu espiritualmente, evoluindo em seu processo e abandonando antigas tradições da antiga aliança. No entanto, certas práticas, como as orações em grupo, continuam sendo usadas até hoje.

O trecho acima ilustra o cenário inicial, onde as pessoas se reuniam para orar e eram unânimes em suas preces. Essa unanimidade reflete o fato de que todos compartilhavam o mesmo modo de pensar, anseios e graças. Nesse contexto, as pessoas compartilhavam tudo e estavam alinhadas em suas orações.

Este pequeno trecho também destaca a influência de Maria, a mãe de Jesus. Sem dúvida, ela foi uma grande serva de Deus, equiparável ou até superior a várias outras mulheres notáveis registradas na Bíblia. No entanto, é importante não confundi-la como igual ou superior a Jesus Cristo, pois foi Ele quem morreu e é Ele quem intercede por nós.

Atualmente, especialmente pela igreja católica, Maria é considerada virgem mesmo após o nascimento de Jesus. No entanto, a presença dos irmãos de Jesus na mesma ocasião coloca em dúvida essa virgindade posterior. Por outro lado, os textos bíblicos não indicam claramente que Maria deixou de ser virgem e teve outros filhos com José após o nascimento de Jesus.

O texto destaca que esses irmãos são mencionados como "irmãos de Jesus" e não como "outros filhos de Maria". Embora seja possível que esses irmãos se refiram à prole de José, ou até mesmos a “primos” de Jesus, não podemos afirmar com certeza. Mesmo que Maria e José tenham optado por abster-se de relações após o nascimento de Jesus, isso, para alguns, pode enfatizar sua grandeza entre as mulheres, mas nunca a coloca acima de Cristo.

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