sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (1:1-5)

“Atos dos Apóstolos: Continuação da Obra de Jesus”

    1 ¶ Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar 2 até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas.

O autor do Livro de Atos dos Apóstolos é o mesmo do Evangelho de Lucas, tornando-o assim uma continuação daquele evangelho escrito por Lucas. Apesar do livro se chamar "Atos dos Apóstolos", observamos que os atos descritos se concentram principalmente nos "Atos de Pedro e Paulo". É claro que todos os apóstolos colaboravam em prol do evangelho, alguns mais nos "bastidores" e outros mais em evidência. No entanto, o nome do livro que realmente caracteriza os diversos acontecimentos seria "ATOS DO ESPÍRITO SANTO", apresentado logo no capítulo 2 de Atos.

A identidade de Teófilo não é confirmada. Alguns o consideram como um indivíduo real que patrocinou a redação dos relatos, enquanto outros o veem como um símbolo, endereçando a carta a todos os interessados em buscar a Deus, uma vez que o nome Teófilo significa "amigo de Deus"

Lucas cita que Jesus antes de ser elevado as alturas deixa alguns mandamentos, vamos recordar:

“44  A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. 45  Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; 46  e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia 47  e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. 48  Vós sois testemunhas destas coisas. 49  Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder. (Lucas 24:44-49 RA)

No texto, observamos uma ordem clara: permanecer em Jerusalém até que a promessa do Espírito Santo seja cumprida. Contudo, a principal instrução, o mandamento primordial dado às TESTEMUNHAS de Jesus, era que pregassem o arrependimento para o perdão de pecados a todas as nações. O evangelho é mais que isso, mas a principal característica que descreve o evangelho é proclamar as boas novas, a boa notícia: que nossos pecados foram perdoados através da morte de Jesus naquela cruz, e isso se inicia pregando o arrependimento.

 3  A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.

Depois de Jesus ter sido morto na cruz, ele ressuscitou e apareceu a todos os apóstolos de forma incontestável, ou seja, não havia dúvidas que fosse Ele, não era alguém muito parecido com Ele, ou algum anjo, era Jesus, e durante quarenta dias ficou com eles ensinando muitas coisas em relação ao reino de Deus.

 4  E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes.

Da mesma forma que ocorreu no final de alguns evangelhos, Lucas aqui relembra o que Jesus fez antes de ser elevado às alturas: pediu a todos que permanecessem em Jerusalém aguardando a promessa de Deus. Essa promessa referia-se ao envio do Espírito Santo, o qual era o espírito de seu próprio filho, Jesus.

5  Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.

Não seria necessário um estudo mais profundo sobre o batismo com água para compreendermos que esse tipo de batismo era meramente simbólico do que estava por vir: o batismo pelo Espírito Santo. Contudo, uma análise mais aprofundada estará disponível nos capítulos subsequentes, nos quais surgirão situações em que as pessoas ainda são batizadas pela água. Ao longo do estudo da carta dos Atos dos Apóstolos, testemunharemos uma progressão, um amadurecimento, à medida que as pessoas passam por um processo de compreensão mais profunda da verdadeira graça de Deus.

Nesse processo, muitas doutrinas e crenças antigas, especialmente as relacionadas à lei, como a circuncisão, serão deixadas para trás para dar lugar ao verdadeiro e puro evangelho, à nova aliança. Nessa nova aliança, não dependemos mais de nossos esforços para alcançar a salvação, mas dependemos exclusivamente de Jesus, mediante a fé.

Um ponto relevante é que Jesus anunciou que isso aconteceria não muitos dias após sua conversa com os apóstolos, evidenciando que em certas áreas Ele estava alinhado com Deus, conhecendo os planos de Seu Pai, mas não em tudo. Isso é destacado em algumas passagens escatológicas, nas quais Jesus aponta que Ele, como Filho de Deus, não conhece certas datas, sendo esse conhecimento exclusivo de Deus Pai (Mateus 24:36).

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