segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

A IMPORTÂNCIA DE HAVER COMUNHÃO ENTRE OS IRMÃOS

Hebreus 10:25 (RA) diz:

"Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima."

Esse versículo é um apelo à importância da comunhão entre os crentes, especialmente em tempos de dificuldades e quando a volta de Cristo ("o Dia") está cada vez mais próxima. A congregação, ou seja, reunir-se regularmente com outros cristãos, é essencial para a vida espiritual saudável de um crente. Aqui estão alguns pontos chave a partir desse versículo:

    1. Não deixar de congregar: A expressão "não deixemos de congregar-nos" sublinha a importância de estar regularmente em comunhão com outros cristãos. O escritor de Hebreus reconhece que alguns haviam adotado o hábito de não se reunirem, talvez por desânimo, perseguição ou distração. Contudo, ele adverte contra isso, pois o isolamento espiritual pode levar ao enfraquecimento da fé e à vulnerabilidade a falsas doutrinas.

    2. Admoestação mútua: "Façamos admoestações" sugere que os crentes devem encorajar, exortar e corrigir uns aos outros. A vida em comunidade proporciona a oportunidade de crescimento mútuo, pois os membros da igreja podem se apoiar, aconselhar e desafiar uns aos outros a seguir firmemente a fé. O papel da admoestação inclui não apenas advertências, mas também encorajamento e apoio espiritual.

    3. O Dia se aproxima: A referência ao "Dia" fala do retorno de Cristo e do julgamento final. A iminência desse evento deve motivar os crentes a estarem sempre vigilantes, buscando fortalecer sua fé e a dos outros enquanto aguardam a volta de Jesus. À medida que o Dia se aproxima, há uma necessidade crescente de estar em comunhão e preparados espiritualmente.

Embora Jesus venha para salvar aqueles que são dele, a Bíblia ensina que a salvação não é apenas sobre um momento inicial de fé, mas sobre uma caminhada constante em obediência e fidelidade. Estar preparado significa permanecer firme na fé, perseverar em boas obras e continuar crescendo espiritualmente:

     Mateus 24:13: "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo."

     2 Pedro 3:14: "Por isso, amados, enquanto esperais estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis."

Mesmo para os crentes, o Dia do Senhor envolve prestação de contas:

     2 Coríntios 5:10: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo."

Estar preparado implica viver de modo a agradar a Deus, evitando o risco de perder recompensas espirituais ou de sentir vergonha por uma vida negligente (1 Coríntios 3:12-15).

Jesus frequentemente destacou a necessidade de vigilância e serviço ativo enquanto se aguarda sua vinda. As parábolas dos talentos (Mateus 25:14-30) e das dez virgens (Mateus 25:1-13) enfatizam a importância de ser encontrado fiel e vigilante.

     Lucas 12:43: "Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim."

Para os crentes, o retorno de Cristo não é motivo de temor, mas de grande esperança. Estar preparado é também uma forma de expressar confiança na promessa de Cristo e ansiar pela plenitude de sua presença:

     Filipenses 3:20-21: "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo."

     2 Timóteo 4:8: "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda."

Embora Jesus venha salvar os que já são dEle, a Bíblia nos lembra que:

    a. A salvação é evidenciada pelo fruto de uma vida transformada (João 15:8).

    b. A preparação constante é um sinal de obediência e vigilância, evitando cair em desânimo ou afastamento (Hebreus 3:12-14).

Portanto, estar preparado não é apenas sobre ser salvo, mas sobre viver plenamente em comunhão com Deus, aguardando com fidelidade e alegria o Dia em que a redenção será plenamente consumada.

    4. Comunhão como proteção espiritual: Congregando-se, os cristãos são edificados pela pregação da Palavra, participam dos sacramentos (como a Ceia do Senhor) e se envolvem em orações comunitárias. A comunhão regular ajuda a manter a fé viva e vibrante, enquanto a admoestação mútua oferece a correção necessária para não cair em desvio espiritual.

Esse versículo (Hebreus 10:25) ressalta que a vida cristã não deve ser vivida de forma isolada, mas em comunidade, onde o amor, a exortação e o apoio mútuos são essenciais para o crescimento espiritual.

A ideia de congregar-se e manter a comunhão com outros crentes é repetida em várias passagens bíblicas. Aqui estão alguns versos que corroboram com o ensino de Hebreus 10:25:

Mateus 18:20: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles."

Este versículo sublinha a importância da comunhão entre os crentes. Jesus promete sua presença entre aqueles que se reúnem em seu nome, mostrando a força espiritual que vem da união.

Atos 2:42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações."

A Igreja Primitiva é descrita como uma comunidade que se reunia regularmente para compartilhar a doutrina, a ceia, e a oração. Isso destaca o valor da comunhão contínua para a edificação mútua e crescimento espiritual.

Salmos 133:1: "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!"

Este versículo celebra a beleza e bênção de viver em união e harmonia com outros crentes, refletindo o poder e a bondade que há em estar juntos como um corpo de fé.

Efésios 4:16: "De quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor."

Paulo compara a igreja a um corpo, onde cada membro (cada crente) desempenha uma função essencial. O corpo cresce e se fortalece em amor quando os membros estão juntos, ajudando-se mutuamente.

1 Tessalonicenses 5:11: "Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo."

Aqui Paulo encoraja os crentes a se edificarem mutuamente, oferecendo apoio e encorajamento. Esse tipo de admoestação mútua é essencial para a vida em comunidade.

Colossenses 3:16: "Habitualmente, a palavra de Cristo em vós, ricamente; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração."

Esse versículo mostra a importância de instruir-se e aconselhar-se mutuamente dentro da comunidade cristã, enfatizando a riqueza que existe em uma vida espiritual compartilhada.

Provérbios 27:17: "Como ferro com ferro se afia, assim o homem afia o rosto do seu amigo."

A metáfora do ferro afiando ferro sugere que as interações com outros crentes nos ajudam a crescer, nos corrigem e nos fortalecem. A comunhão é vital para o crescimento espiritual pessoal.

Esses versos, assim como Hebreus 10:25, reforçam a necessidade de viver a fé em comunidade, exortando e encorajando uns aos outros para se manterem firmes na caminhada cristã.

Mas existem algumas situações em que a comunhão com outras pessoas não é encorajada:

    1. 2 Coríntios 6:14-15: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?"

Este texto alerta contra parcerias ou relações íntimas que possam comprometer os valores cristãos, enfatizando que luz e trevas não podem coexistir em harmonia.

    2. 1 Coríntios 15:33: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes."

Paulo lembra que relacionamentos negativos podem influenciar e prejudicar o caráter e a conduta de um crente.

    3. Salmos 1:1: "Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores."

Este salmo celebra a bênção de evitar seguir o conselho ou se associar com aqueles que rejeitam a Deus.

Mas as passagens acima se referem a pessoas corrompidas, de má índole, que têm prazer em pecar. Não se referem a pessoas que ainda não conhecem a verdade e que ainda carecem do evangelho. Os versos abaixo nos encorajam a termos uma convivência respeitosa com os que não são crentes:

    1. 1 Coríntios 5:9-13: “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.”

Paulo esclarece que, embora devamos evitar nos conformar aos padrões de vida pecaminosos, a convivência com não crentes no cotidiano é inevitável. Ele vai além ao afirmar que não devemos nos associar com quem se diz cristão, mas pratica todas essas coisas; com esse, nem sequer devemos comer.

    2. Romanos 12:18: "Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens."

Este versículo encoraja os crentes a buscarem a paz e a harmonia em seus relacionamentos, independentemente da fé do próximo.

    3. 1 Pedro 2:12: "Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo em que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação."

Pedro incentiva os crentes a viverem de maneira exemplar diante dos não crentes, para que suas ações possam testemunhar sobre Cristo.

    4. Mateus 5:16: "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."

Jesus instrui os crentes a viverem como luz no mundo, impactando positivamente aqueles ao seu redor, inclusive os não crentes.

Embora a Bíblia aconselhe prudência em relacionamentos muito próximos com não crentes para preservar os valores cristãos, ela também incentiva a convivência respeitosa e testemunhal, destacando que os cristãos são chamados a ser luz e sal no mundo. O equilíbrio está em cultivar comunhão edificante com irmãos na fé, enquanto se vive de maneira que glorifique a Deus em todas as relações.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

ATRIBUTOS DE DEUS

Não se pode conhecer verdadeiramente a Deus sem conhecer os Seus atributos. Os atributos de Deus são as características que revelam quem Ele é, conforme Ele se revelou nas Escrituras. Deus é Espírito (João 4:24), e Suas perfeições, como amor, justiça, santidade, onipotência e imutabilidade, fazem parte de Sua essência. Esses atributos não são definidos por percepções humanas, mas foram revelados por Deus em Sua Palavra.

Se Deus, o Todo-Poderoso e Soberano, fosse aquilo que cada pessoa desejasse que Ele fosse, Ele deixaria de ser o Deus verdadeiro e se tornaria algo místico, criado pela imaginação humana. No entanto, a fé cristã não é irreal ou baseada em suposições sem fundamento; pelo contrário, é uma certeza e convicção nas coisas que ainda não se veem (Hebreus 11:1). A fé é fundamentada na revelação bíblica, na confiança em um Deus espiritual que não podemos enxergar fisicamente, mas que é real. Sendo real, Deus possui características e valores que não mudam conforme as perspectivas humanas; Ele é constante e imutável (Malaquias 3:6).

Conhecer os atributos de Deus é fundamental, pois, sem isso, corremos o risco de criar uma imagem distorcida d'Ele. Adorar um deus moldado por nossas ideias e valores equivale a idolatria (Êxodo 20:3-4), algo que Deus abomina. Ele nos chama a adorá-Lo em conformidade com a verdade de Sua Palavra (João 17:17).

Por exemplo, crer em um deus que é somente amor, sem considerar Sua santidade (1 Pedro 1:15-16), justiça (Salmos 11:7) e ira contra o pecado (Romanos 1:18), é uma visão incompleta e falsa de Deus. Esse tipo de crença equivale a idolatria, pois substitui o Deus verdadeiro por uma versão fabricada conforme desejos humanos.

A Bíblia nos ensina que Deus é amor (1 João 4:8), mas também é justo (Deuteronômio 32:4), santo (Isaías 6:3) e abomina o pecado (Habacuque 1:13). Ele nos chama ao arrependimento (Atos 17:30-31) e à obediência (João 14:15). Somente ao compreender e aceitar todos os atributos de Deus, conforme revelados nas Escrituras, podemos adorá-Lo em espírito e em verdade (João 4:23-24).


terça-feira, 19 de novembro de 2024

BASE BÍBLICA PARA A EDUCAÇÃO CRISTÃ DOS FILHOS

A educação cristã dos filhos é uma responsabilidade que a Bíblia coloca diretamente sobre os pais. Desde o Antigo Testamento, vemos Deus orientando Seu povo a ensinar as próximas gerações sobre Seus mandamentos, feitos e promessas. Este compromisso é reafirmado no Novo Testamento, onde os pais são chamados a criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor:

“E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” (Efésios 6:4 RA)

A importância desse ensinamento está não apenas em passar conhecimentos, mas em moldar o caráter e a vida espiritual das crianças, para que cresçam firmadas nos princípios divinos. Neste estudo, exploraremos a base bíblica para essa educação, observando como os pais podem instruir seus filhos no caminho de Deus e cultivarem uma vida de fé e obediência desde cedo.

Segue abaixo uma lista com todos os tópicos abordados neste estudo. É importante destacar que este material não pretende esgotar o vasto ensinamento bíblico sobre a educação cristã. Contudo, apresenta pontos principais que, sem dúvida, ajudarão os pais a conduzirem seus filhos no caminho do Senhor.

 

1-   ENSINE A CRIANÇA NO CAMINHO QUE DEVE ANDAR

2-   ENSINE-OS SOBRE DEUS CONSTANTEMENTE

3-   NÃO IRRITEIS OS SEUS FILHOS

4-   DISCIPLINE-OS COM RIGOR QUANDO PRECISO

5-   FILHOS SÃO BÊNÇÃOS E NÃO MALDIÇÃO

6-   ENSINE O PORQUÊ DOS RITUAIS E TRADIÇÕES QUE SUA FAMÍLIA PRATICA

7-   FALE A SEUS FILHOS SOBRE OS FEITOS DE DEUS

8-   USE TODA A ESCRITURA PARA ENSINAR SEUS FILHOS

8. USE TODA A ESCRITURA PARA ENSINAR SEUS FILHOS

“14  Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste 15  e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. 16  Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17  a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:14-17 RA)

Paulo lembra a Timóteo que ele foi instruído nas Escrituras desde a infância, o que o preparou para a fé em Jesus (2 Timóteo 3:15). Esse exemplo reforça o valor de ensinar a Palavra de Deus às crianças desde cedo. Timóteo foi salvo pela fé, e seu conhecimento das Escrituras, mesmo que limitado ao Antigo Testamento, foi suficiente para guiá-lo à verdade de Cristo. Isso refuta a ideia de que devemos ensinar apenas o Novo Testamento às crianças, como alguns pais acreditam, sob o argumento de que estamos agora sob a nova aliança.

Embora esses pais tenham parcialmente razão ao reconhecer que a nova aliança traz uma nova motivação para a obediência, o Antigo Testamento continua sendo vital. A Lei ainda desempenha um papel importante ao definir o que é certo e errado, mas a graça de Deus transforma nossa motivação para obedecer. Ensinar os filhos a obedecer a Deus por amor e gratidão, em vez de apenas por medo do castigo, é um dos maiores desafios, mas também um dos maiores frutos da graça.

 

         Motivados pelo amor e gratidão

"Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." (2 Coríntios 5:14-15)

"No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo." (1 João 4:18)

A obediência a Deus não deve se basear no medo do castigo, mas em uma resposta ao Seu amor manifestado em Cristo. Como pais ou discípulos, somos chamados a refletir esse amor ao ensinar outros, especialmente crianças, a viver para Deus com alegria e gratidão.

"Deus prova o Seu amor, enviando Cristo para morrer por nós enquanto ainda éramos pecadores."(Romanos 5:8)

"Nós amamos porque ele nos amou primeiro." (1 João 4:19)

Essa segurança no amor de Deus é o que nos motiva a obedecer com alegria. O amor transforma nossos corações e nos leva a desejar agradar a Deus, não por obrigação, mas por gratidão. Ensinar obediência baseada na graça requer que mostremos como Deus nos amou primeiro. Essa abordagem é poderosa porque se alinha com o plano redentivo de Deus:

"A salvação é um dom gratuito, mas fomos criados em Cristo para realizar boas obras." (Efésios 2:8-10)

"Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." (Romanos 8:1)

"Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século sensata, justa e piedosamente." (Tito 2:11-12)

A graça ensina, guia e transforma, conduzindo-nos a uma obediência que é fruto de um coração rendido.

Pais que vivem sob a graça de Deus devem ser exemplos vivos de como essa graça transforma nossas vidas. As crianças aprendem muito mais observando o comportamento dos pais do que apenas ouvindo o que eles ensinam. Demonstrar perdão, paciência e bondade, mesmo diante dos erros dos filhos, é essencial. Isso cria um ambiente em que os filhos não apenas aprendem sobre regras, mas também experimentam o amor incondicional de Deus (Efésios 4:32).

A Correção Redentiva

A disciplina, por sua vez, é necessária, mas deve ser redentiva. O objetivo não é apenas corrigir o erro, mas também restaurar a criança e guiá-la a uma compreensão mais profunda da graça de Deus. A correção deve sempre apontar para a cruz, onde a justiça e a misericórdia de Deus se encontram.

Quando corrigir um filho, explique que Deus também nos disciplina por amor (Hebreus 12:6) e que, por meio de Cristo, Ele nos oferece perdão. Encoraje a criança a buscar o arrependimento e a reconhecer a graça de Deus, que nos ajuda a crescer em maturidade espiritual.

 

Conclusão

A educação cristã dos filhos não é uma tarefa opcional, mas um chamado divino para os pais. Ao longo das Escrituras, vemos que Deus espera que os pais não apenas ensinem, mas vivam o evangelho diante de seus filhos, oferecendo um exemplo prático de fé, amor e disciplina.

A responsabilidade de orientar a criança no caminho que deve andar (Provérbios 22:6) e de falar constantemente sobre Deus (Deuteronômio 6:7) é um investimento eterno na vida espiritual dos filhos. Quando os pais cumprem esse papel, não só fortalecem a fé das crianças, mas contribuem para a continuidade do evangelho por meio das próximas gerações, formando discípulos que seguirão a Cristo com convicção e amor. Que a educação dos filhos na fé seja sempre fundamentada nas Escrituras, para que eles cresçam como flechas nas mãos de guerreiros (Salmos 127:4), prontos para servir ao Senhor e honrar Seus caminhos.


Links para acessar os tópicos do estudo: Base Bíblica para a Educação Cristã dos Filhos:

1-   ENSINE A CRIANÇA NO CAMINHO QUE DEVE ANDAR

2-   ENSINE-OS SOBRE DEUS CONSTANTEMENTE

3-   NÃO IRRITEIS OS SEUS FILHOS

4-   DISCIPLINE-OS COM RIGOR QUANDO PRECISO

5-   FILHOS SÃO BÊNÇÃOS E NÃO MALDIÇÃO

6-   ENSINE O PORQUÊ DOS RITUAIS E TRADIÇÕES QUE SUA FAMÍLIA PRATICA

7-   FALE A SEUS FILHOS SOBRE OS FEITOS DE DEUS

8-   USE TODA A ESCRITURA PARA ENSINAR SEUS FILHOS

7. FALE A SEUS FILHOS SOBRE OS FEITOS DE DEUS

“não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.” (Salmos 78:4 RA)

Este texto reforça a importância de passar a história e os ensinamentos de Deus para as gerações futuras, garantindo que as crianças conheçam as obras do Senhor.

“Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos.” (Deuteronômio 4:9 RA)

É fundamental que os grandes feitos de Deus sejam transmitidos de geração em geração. Comece relembrando as maravilhas de Sua criação, quando Deus fez o céu, a terra e tudo o que neles há, formando o ser humano à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:1-31; 2:7). Fale de como Ele criou nossos primeiros pais, Adão e Eva, e lhes deu o jardim do Éden para habitarem (Gênesis 2:8-25).

Não deixe de mencionar a arca de Noé e o dilúvio, onde Deus salvou Noé, sua família e os animais, preservando a criação em meio ao julgamento sobre a maldade humana (Gênesis 6:9-22; 7:1-24). Depois, fale sobre a libertação do povo de Israel do Egito, quando Deus, por meio de Moisés, enviou as pragas e abriu o Mar Vermelho para que o povo passasse em segurança, enquanto os exércitos egípcios foram submersos nas águas (Êxodo 7:14-25; 14:21-31).

Outro grande feito foi a conquista de Jericó, quando Deus derrubou as muralhas daquela cidade, entregando-a nas mãos dos israelitas, após marcharem ao redor dela por sete dias (Josué 6:1-20).

Além desses eventos, mencione a provisão de Deus no deserto, quando Ele alimentou o povo com maná do céu e fez sair água da rocha (Êxodo 16:4-35; Números 20:7-11).

No Novo Testamento, Deus continuou a realizar feitos extraordinários, como quando ressuscitou mortos, como Lázaro (João 11:1-44), ou quando enviou o Espírito Santo no Pentecostes, capacitando os apóstolos a pregarem o evangelho com poder e sinais (Atos 2:1-4). Entre esses sinais, destacam-se milagres como a cura do coxo por Pedro na porta do templo, que imediatamente começou a andar (Atos 3:1-10), a sombra de Pedro curando enfermos nas ruas (Atos 5:15-16), e a ressurreição de Êutico, trazido de volta à vida por Paulo após cair de uma janela (Atos 20:9-12). Além disso, Paulo curou um homem paralítico em Listra, que nunca havia andado, e ele saltou de alegria (Atos 14:8-10).

Os próprios milagres de Jesus também são exemplos poderosos das obras divinas no Novo Testamento. Ele caminhou sobre as águas (Mateus 14:25-27), multiplicou os pães e os peixes para alimentar uma grande multidão (Mateus 14:15-21), transformou água em vinho em um casamento em Caná (João 2:1-11), acalmou tempestades com uma simples palavra (Marcos 4:39) e ressuscitou pessoas, como o filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-17) e Jairo, o chefe da sinagoga (Marcos 5:35-42).

Por fim, o maior de todos os feitos de Deus foi enviar Seu Filho, Jesus Cristo, ao mundo para salvar a humanidade. Jesus, o Cordeiro de Deus, ofereceu-se em sacrifício pelos pecados de todos nós, morrendo na cruz e ressuscitando ao terceiro dia, garantindo a vitória sobre a morte e o pecado (João 3:16; Romanos 5:8; 1 Coríntios 15:3-4).


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1-   ENSINE A CRIANÇA NO CAMINHO QUE DEVE ANDAR

2-   ENSINE-OS SOBRE DEUS CONSTANTEMENTE

3-   NÃO IRRITEIS OS SEUS FILHOS

4-   DISCIPLINE-OS COM RIGOR QUANDO PRECISO

5-   FILHOS SÃO BÊNÇÃOS E NÃO MALDIÇÃO

6-   ENSINE O PORQUÊ DOS RITUAIS E TRADIÇÕES QUE SUA FAMÍLIA PRATICA

7-   FALE A SEUS FILHOS SOBRE OS FEITOS DE DEUS

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6. ENSINE O PORQUÊ DOS RITUAIS E TRADIÇÕES QUE SUA FAMÍLIA PRATICA

“26  Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? 27  Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou.” (Êxodo 12:26-27 RA)

Deus orientou os israelitas a explicar aos filhos o significado da Páscoa, mostrando como rituais e tradições podem ser usados para ensinar sobre os feitos de Deus.

No livro de Êxodo, o Senhor instruiu o povo a celebrar a Páscoa como uma lembrança perpétua de como Ele os libertou da escravidão no Egito. Além de transmitir a história, é importante que os pais entendam profundamente os feitos de Deus para explicá-los com sabedoria aos seus filhos. Dessa forma, quando perguntados por colegas de aula sobre o que é a Páscoa, seus filhos não dirão que se trata de uma data em que um coelho misterioso distribui ovos de chocolate, mas sim que é uma celebração que remonta à libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. Eles poderão explicar que, para os cristãos, a Páscoa também representa um momento crucial na fé, pois foi nessa data que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, cumprindo as promessas de Deus e trazendo salvação a todos que creem (1 Coríntios 5:7-8 (em referência a Êxodo 12:5-7), 1Pe 1:18-19 (em referência a Êxodo 12:15)).

Essa orientação também se aplica a várias outras tradições religiosas, como a santa ceia (1 Coríntios 11:23-26), ou ainda a outras datas religiosas, como o Natal. Se os pais celebram essas datas, ou qualquer outra, mas não conseguem explicar aos filhos o verdadeiro significado ou o porquê dessas comemorações, é importante reavaliar essa prática. É essencial buscar entendimento para evitar transmitir confusão às crianças, como muitas vezes já ocorre com os próprios pais. Quando você celebra algo, é fundamental saber o que está celebrando; caso contrário, torna-se uma comemoração vazia, uma mera tradição humana que não acrescenta valor à vida da criança.


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1-   ENSINE A CRIANÇA NO CAMINHO QUE DEVE ANDAR

2-   ENSINE-OS SOBRE DEUS CONSTANTEMENTE

3-   NÃO IRRITEIS OS SEUS FILHOS

4-   DISCIPLINE-OS COM RIGOR QUANDO PRECISO

5-   FILHOS SÃO BÊNÇÃOS E NÃO MALDIÇÃO

6-   ENSINE O PORQUÊ DOS RITUAIS E TRADIÇÕES QUE SUA FAMÍLIA PRATICA

7-   FALE A SEUS FILHOS SOBRE OS FEITOS DE DEUS

8-   USE TODA A ESCRITURA PARA ENSINAR SEUS FILHOS

5. FILHOS SÃO BÊNÇÃOS E NÃO MALDIÇÃO

 “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.” (Salmos 127:3 RA)

Este versículo nos lembra que os filhos são um presente divino, uma verdadeira herança e recompensa que Deus concede. O Salmo 127:3 afirma: “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão” (RA), destacando que os filhos são bênçãos vindas diretamente de Deus. Cada novo filho é uma expressão do favor divino na vida dos pais.

Essa compreensão pode nos levar a reconhecer que, quanto mais filhos, mais bênçãos. E de fato, o versículo seguinte complementa essa ideia:

“Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava” (Salmos 127:4-5 RA).

A passagem revela que os filhos trazem alegria, força e felicidade ao lar.

A visão de que os filhos são um "atraso" ou um fardo, algo que consome recursos e rouba a paz, é uma perspectiva mundana e equivocada. Precisamos rejeitar essa ideia. Filhos são, de fato, uma bênção de Deus. Organizar-se para receber essas bênçãos é importante, mas não devemos postergar excessivamente o privilégio de encher a casa com esses presentes divinos, pois cada filho traz consigo o favor e o propósito de Deus.

Gênesis 1:28 – "E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra..."

Desde o início, Deus abençoou a multiplicação dos filhos, o que demonstra a importância de trazer filhos ao mundo.

Salmos 128:3-4 – "Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa. Eis como será abençoado o homem que teme ao Senhor!"

Esse salmo enfatiza a bênção e a alegria que os filhos trazem ao lar, assim como o favor de Deus sobre a família.

Provérbios 17:6 – "A coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais."

Esse versículo reforça a ideia de que os filhos são uma herança preciosa, uma verdadeira honra para as gerações.


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1-   ENSINE A CRIANÇA NO CAMINHO QUE DEVE ANDAR

2-   ENSINE-OS SOBRE DEUS CONSTANTEMENTE

3-   NÃO IRRITEIS OS SEUS FILHOS

4-   DISCIPLINE-OS COM RIGOR QUANDO PRECISO

5-   FILHOS SÃO BÊNÇÃOS E NÃO MALDIÇÃO

6-   ENSINE O PORQUÊ DOS RITUAIS E TRADIÇÕES QUE SUA FAMÍLIA PRATICA

7-   FALE A SEUS FILHOS SOBRE OS FEITOS DE DEUS

8-   USE TODA A ESCRITURA PARA ENSINAR SEUS FILHOS

4. DISCIPLINE-OS COM RIGOR QUANDO PRECISO

“O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina.” (Provérbios 13:24 RA)

A correção não é fácil nem prazerosa para os pais, mas é bíblica. Existem outras passagens ainda mais severas na Bíblia, em que filhos desobedientes deveriam ser eliminados do meio da comunidade (ver Deuteronômio 21:18-21 RA). No entanto, o foco aqui é na correção amorosa. A correção com vara pode doer mais em quem a aplica do que em quem a recebe, mas é necessária para arrancar a indisciplina de uma criança.

“ Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se o que faz é puro e reto.” (Provérbios 20:11 RA)

Filhos mal educados, mimados, que incomodam e até agridem estranhos em lugares públicos como ruas, shoppings e supermercados, estão demonstrando a necessidade de uma disciplina bíblica mais rigorosa. É importante lembrar que ninguém ensina uma criança a ser egoísta, ciumenta ou a exibir outros defeitos comuns; elas já nascem com isso, essas atitudes são consequências do pecado. A disciplina, muitas vezes mais rígida, serve para corrigir esses comportamentos e orientar a criança no caminho correto.

Embora o mundo diga que "se você não corrige seu filho, o mundo o corrigirá", isso não é verdade. O mundo não corrige, ele pune, ele faz a criança passar vergonha e pagar caro por comportamentos que não foram corrigidos pelos pais (Provérbios 29:17).

“ Não deixe de corrigir a criança. Umas palmadas não a matarão.” (Provérbios 23:13 NTLH)

Por mais doloroso que seja para os pais, a correção mais severa deve ser aplicada quando necessária, mas não estamos falando de abuso ou espancamento que cause ferimentos graves, a própria escritura é contra esse tipo de disciplina (Provérbios 19:18). Pais que agem dessa forma devem ser responsabilizados. Estamos falando de uma correção bíblica, amorosa e firme.

Eu mesmo já fui corrigido pelos meus pais por comportamentos errados, e não tenho remorso por isso, apenas gratidão por terem tirado de mim a indisciplina desde cedo. A correção, quando feita de forma apropriada, é um ato de amor que traz frutos de sabedoria e bom caráter no futuro (Hebreus 12:11 RA).

“Se vocês suportam a disciplina, Deus os trata como filhos. Pois qual filho não é disciplinado pelo pai?” Hebreus 12:7

A disciplina é apresentada nas Escrituras como uma expressão de amor e cuidado divino, reforçando o papel crucial dos pais na formação do caráter de seus filhos. O próprio livro de Provérbios nos diz:

“O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina” (Provérbios 13:24 RA).

Esse versículo ensina que a correção é uma expressão de amor, essencial para orientar as crianças no caminho certo. Não existe um momento específico para iniciar a disciplina; aqueles que verdadeiramente amam seus filhos começam a corrigi-los desde cedo, com o objetivo de moldar seu caráter e conduzi-los à retidão.

Nos tempos bíblicos, a disciplina imposta pelos pais era vista como essencial pela comunidade. Quando o autor do verso falou sobre a importância do amor e da correção (Hebreus 12:7), isso refletia uma sociedade que considerava impensável que os pais deixassem de disciplinar seus filhos. Permitir que eles fizessem tudo o que quisessem sem correção era algo fora da realidade para aquela época.

Na realidade atual, essa visão tem sido deturpada. A correção e a disciplina continuam sendo necessárias, pois ninguém nasce naturalmente disciplinado, educado ou amoroso. Pelo contrário, como resultado do pecado, as pessoas demonstram tendências egoístas, ciumentas e agressivas. Como está escrito:

“A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Provérbios 22:15 RA).

É por meio da disciplina que ensinamos virtudes como generosidade, cortesia e amor. Ninguém precisa ensinar as crianças a serem egoístas ou desobedientes; essas características surgem naturalmente, e cabe aos pais, com sabedoria, corrigir esses comportamentos.

Portanto, é responsabilidade dos pais, com paciência e amor, disciplinar seus filhos, ajudando-os a desenvolverem um caráter que reflita os valores divinos.


Links para acessar os tópicos do estudo: Base Bíblica para a Educação Cristã dos Filhos:

1-   ENSINE A CRIANÇA NO CAMINHO QUE DEVE ANDAR

2-   ENSINE-OS SOBRE DEUS CONSTANTEMENTE

3-   NÃO IRRITEIS OS SEUS FILHOS

4-   DISCIPLINE-OS COM RIGOR QUANDO PRECISO

5-   FILHOS SÃO BÊNÇÃOS E NÃO MALDIÇÃO

6-   ENSINE O PORQUÊ DOS RITUAIS E TRADIÇÕES QUE SUA FAMÍLIA PRATICA

7-   FALE A SEUS FILHOS SOBRE OS FEITOS DE DEUS

8-   USE TODA A ESCRITURA PARA ENSINAR SEUS FILHOS