sexta-feira, 21 de junho de 2019

MATEUS 10 (16-18)


Esteja preparado para encontrar pessoas más em seu caminho


“16 ¶ Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.

Jesus adianta a seus discípulos o que iriam encontrar em suas missões. Ele explica que iriam estar no meio de lobos, ou seja, entre homens cruéis, gananciosos e vorazes. Como consequência disso, deveriam ser prudentes como as serpentes, animal considerado pelos antigos como um emblema de astúcia e sabedoria, e ao mesmo tempo, deveriam ser como pombas, simples, puro de mente, sem maldade, livre de malícia, inocentes.

17  E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18  por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios.

Acautelai-vos, ou seja, tenham cuidado. Jesus sabia que por causa dele, seriam maltratados e levados parente autoridades. Deus tinha um plano até mesmo para aqueles que fossem presos por anunciar o evangelho, mas se isso fosse o ideal, Jesus não pediria cautela a seus discípulos e nem diria a eles para fugir a outra cidade quando fossem perseguidos (Mateus 10:23). Em outras palavras, Jesus pede que Eles sejam sábios, que meçam bem suas palavras para não serem radicais.

Hoje em dia, uma pessoa radical seria aquela que evangeliza pregando o lado da condenação as pessoas, ou seja:
- “venha para minha igreja ou você vai para o inferno”. Ou ainda:
- “você tem que ser batizado, ou então vai arder no lago de fogo”, “pare de jogar futebol ou então Deus irá te castigar”...

Esse radicalismo não converte ninguém. Deus não quer que seus filhos temam Ele pelas consequências negativas. Temer a Deus é Respeitá-lo, reverencia-lo, reconhecendo a sua grandeza e santidade. Teme-lo não significa ter medo ao ponto de nos fazer fugir de Deus. Teme-lo significa respeitar, adorar (Dt 6.13-15; Ec 12.13; At 10.35; 2Co 7.1; Hb 12.28) e principalmente amar:

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” (Mateus 22:37 RA)

O Evangelho Radical não deu certo para João Batista:


“Pois João Batista tinha dito muitas vezes a Herodes: “Pela nossa Lei você é proibido de casar com Herodias!”” (Mateus 14:4 NTLH)

“Seguindo o conselho da sua mãe, ela pediu: —Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo!” (Mateus 14:8 NTLH)

Ser perseguido por que você pregou a Cristo é diferente de ser perseguido pela forma com que você pregou. Então seja sábio e não radical. Demostre amor em suas palavras, as pessoas não estão interessadas a nos ouvir quando as condenamos e mostramos o quão estão erradas assumindo determinado comportamento, seja ele religioso, de gênero ou político.

Por isso Jesus pede a seus discípulos que sejam sábios, e nos dias de hoje, a intolerância está igual ou pior que antigamente. Cuidado com o que você diz as pessoas. Assim como existem muitos filhos de Deus esperando alguém falar de Cristo para elas, com uma mensagem de esperança, de motivação, há também muitos filhos das trevas prontos para sugar sua energia. Esse tipo de pessoa, por mais que você explique e deixe bem claro a elas, nunca aceitarão a verdade que você diz sobre Deus.


terça-feira, 11 de junho de 2019

MATEUS 10 (11-15)

Devemos honrar quem anuncia a mensagem de Deus

“11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes.” (Mateus 10:11 RA)

Ao enviar seus discípulos, Jesus lhes deu instruções claras. Uma delas era que, ao entrarem em uma cidade, procurassem por alguém digno para hospedá-los — alguém cuja vida estivesse alinhada com os valores do Reino de Deus e receptivo à mensagem que seria anunciada.

Ser digno, nesse contexto, não significa ser superior aos outros, mas estar disposto a acolher a Palavra com seriedade e respeito. O local de hospedagem dos discípulos não deveria ser escolhido aleatoriamente ou apenas pela hospitalidade; era importante que o ambiente onde ficassem refletisse a importância da missão que carregavam.

Isso nos ensina que a missão de pregar o evangelho deve ser feita com discernimento, não com arrogância ou altivez, mas também não como se fosse algo sem valor. A mensagem do Reino merece ser tratada com honra — por quem a recebe e por quem a entrega.

 

A saudação pode diferenciar quem é filho da paz e quem não é

“12 Ao entrardes na casa, saudai-a; 13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz.” (Mateus 10:12-13 RA; Lucas 10:6)

Ao chegarem numa casa, os discípulos deveriam saudá-la com uma palavra de paz, algo comum na cultura judaica e que expressava o desejo de bênçãos sobre aquela família. Se fossem bem recebidos, aquela paz repousaria sobre o lar; se rejeitados, a paz retornaria a eles.

Essa paz aqui não se refere diretamente ao evangelho da paz, mas sim à atitude inicial do mensageiro: um cumprimento cheio de boas intenções, que por si só já serviria para discernir a abertura espiritual da casa.

Se os moradores fossem receptivos, essa casa seria abençoada pela presença dos enviados de Deus. Caso contrário, não caberia insistência nem contenda — bastava seguir adiante.

 

Ao anunciar o evangelho, seja objetivo e discernido

Jesus ensinou seus discípulos a serem objetivos. Eles deveriam perceber como as pessoas reagiriam à saudação inicial. Se alguém rejeitava até mesmo um simples desejo de paz, dificilmente aceitaria uma mensagem mais profunda, como a salvação por meio de Cristo.

É importante discernir com quem estamos lidando. Isso não significa julgar, mas sim entender quando é hora de avançar para outro coração sedento, sem desperdiçar energia tentando forçar uma porta que Deus ainda não abriu (Mateus 7:6).

Paulo também praticava esse princípio. Em Tito 3:10, ele diz para se afastar daquele que, após duas advertências, permanece no erro. Isso mostra que o tempo e a energia do evangelista são preciosos e devem ser usados com sabedoria.

Fale de Cristo, sim. Mas não insista indefinidamente com quem demonstra, por atitudes, que não quer ouvir. Às vezes, é melhor recuar e continuar orando, esperando o momento certo de Deus agir.

 

Não perca tempo com quem não quer saber de Deus

“14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade.” (Mateus 10:14-15 RA)

Sacudir o pó dos pés era um ato simbólico de juízo e separação, significando que os discípulos haviam feito sua parte, e que a responsabilidade pela rejeição da mensagem recairia sobre quem a recusou.

Isso mostra que o evangelista não é responsável por converter ninguém — sua missão é pregar com fidelidade. A conversão é obra de Deus. Como Paulo escreveu:

“De modo que não importa nem o que planta nem o que rega, mas sim Deus, que dá o crescimento.” (1 Coríntios 3:7 NTLH)

Rejeitar a mensagem do Reino é algo muito sério. Jesus declarou que cidades que recusassem os discípulos teriam maior condenação que Sodoma e Gomorra, cidades conhecidas por sua impiedade. Isso revela o quão grave é fechar o coração à verdade quando ela bate à porta.

 

Conclusão

A missão dos discípulos era nobre, e a forma como deveriam se portar refletia essa dignidade. Mas Jesus os ensinou a manter humildade, objetividade e discernimento. O evangelho é uma pérola preciosa, e deve ser apresentado com zelo, mas também com sabedoria.

Evangelize, sim. Ore, insista com amor, mas saiba o momento de recuar. Há corações preparados por Deus esperando por essa semente — e é neles que devemos investir nossa energia.

terça-feira, 4 de junho de 2019

MATEUS 10 (8-10)


O trabalhador é digno de seu salário


“8 Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. 9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; 10 nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.” (Mateus 10:8-10 RA)

Após os apóstolos terem recebido de Jesus poderes para efetuarem milagres (Mt 10:1), os mesmos são advertidos por Jesus a não cobrarem pelos milagres que iriam realizar. Isso não quer dizer que eles estariam proibidos de receber ofertas das pessoas que generosamente ofereceriam a eles. Tanto é verdade que o próprio Cristo os orientou a não levarem nada para a viajem, ou seja, se fosse nos dias de hoje, eles não levariam uma mala com roupas e calçados, nem comida, nem bebida, e nem mesmo a carteira cheia de dinheiro e um cartão de crédito para qualquer necessidade.

Isso quer dizer que eles teriam seu sustento garantido por outras pessoas enquanto estariam pregando o reino dos céus. Eles estariam trabalhando para o próprio Deus, e sem dúvida não ficariam sem a recompensa pelo seu trabalho.

Quem sou quando pessoas trabalham para mim?


Nós como ouvintes da palavra, o que estamos oferecendo para as pessoas que estão utilizando seu tempo e seus recursos para nos apresentar a palavra de Deus? Estamos retribuindo como eles merecem? Estamos deixando Deus nos usar para Ele recompensar essas pessoas? Ou ao contrário, estamos falando mal dessas pessoas a outros? estamos ignorando o empenho deles e desprezando seu esforço? Estamos sendo ingratos?

Cristo garantiu a esses apóstolos que foram pregar o reino de que não passariam necessidade, em outras palavras, Deus os iria prover, iria recompensá-los pelo seu trabalho, e não pense que Deus faria isso descendo uma chuva de pão, ou uma chuva de comida, ou mesmo uma chuva de roupas, Ele usaria pessoas movidas por Ele mesmo a ofertarem e a recompensarem pelos seus esforços.

Ser sensível a isso é muito importante, mas se isso for difícil, seja no mínimo racional. Sempre que vamos a algum evento (no cinema por exemplo), devemos pagar entrada para utilizar a sala e acomodações que nos oferecem, porque ao ir na igreja poderíamos pensar que não é necessário recompensar o pastor e todas as pessoas que trabalham, investem seu tempo e empenho para nos servir? Reflita.

Quem sou quando trabalho para Deus?


Mas essa recompensa vale tanto para mim como para você também. Não pense que seu esforço em falar de Cristo para as pessoas está sendo em vão, não ache que andar em santidade, ser honesto, íntegro, ou obedecer as leis dos homens em honra a Deus estará sendo inútil. Estamos trabalhando para o próprio Deus, e certamente nossa recompensa virá. Se você não consegue enxergar isso, olhe em sua volta, reflita um pouco, as vezes não somos sensíveis o bastante para enxergar Deus nas coisas que passam por despercebido, como o simples respirar sem sentir dor, nossa comida sempre à disposição, ou nossa água limpa ao alcance de nossas mãos, a energia elétrica para nos dar conforto em inúmeras coisas, nosso carro para nos levar em conforto onde precisamos, nossa casa para poder nos abrigar e nossa cama quentinha onde podemos deitar toda noite.

Mas não sirvam a Deus em busca da recompensa, estaríamos agindo por interesse, e não por amor. Busque servir a Deus em gratidão a Ele, por tudo que você tem, por tudo que ainda terá, seja grato a Deus até mesmo por tudo que você já perdeu. Coloque Deus em total controle de sua vida, Ele mais do que tudo sabe como nos dirigir e nos guiar para resgatar a promessa feita por Cristo:

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10 RA)

Vida abundante, não medíocre, não apenas o suficiente para sobreviver, mas uma vida plena, permitindo aguardar aqui com conforto e prazer enquanto Cristo prepara o nosso insuperável e maravilhoso lugar nos céus (Jo 14:1-3).

segunda-feira, 3 de junho de 2019

MATEUS 10 (5-7)


Jesus envia seus discípulos a pregarem o Reino a Israel


“5 ¶ A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel; 7 e, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus.” (Mateus 10:5-7 RA)

Jesus envia seus discípulos a pregarem para um povo específico, os Israelitas. Devemos saber que o povo de Israel foi a nação escolhida para ser o povo de Deus (Dt 7:6; 14:2). Os próprios discípulos foram orientados a darem prioridade para pessoas desse povo, isso não quer dizer que foram proibidos de pregarem também aos gentios, mas a prioridade foi dada a Israel.

“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (Mateus 1:21 RA)

Notem no verso acima que a promessa da salvação viria para o povo de José, que é Israel. Jesus sabia que sua morte traria salvação ao mundo inteiro, e não somente a Israel, mas haveria de pregar primeiramente ao povo escolhido de Deus, de forma a cumprir a escritura, e posteriormente estender a salvação a todo o mundo.

“Mas o meu povo não me quis escutar a voz, e Israel não me atendeu.” (Salmos 81:11 RA)

 “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Lucas 13:34 RA)

Veja a importância que Israel teve para com todo o restante do mundo:

“Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12:3 RA)

Em outras palavras, Israel continua sendo o povo amado por Deus, mas assim como um bom Pai, Deus está os corrigindo, e quando aprenderem, voltarão a ser abençoados como Deus os havia prometido:

“11 Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes. 12 Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!” (Romanos 11:11-12 RA)

Por causa da dureza do coração do povo Israelita, Deus deu a possibilidade de salvação a todas as outras nações, Imagine o que iremos receber quando a própria nação de Israel confessar e aceitar Jesus como o Messias prometido e declará-lo como o seu senhor e salvador. Veja o que outra versão diz sobre o mesmo verso:

“O pecado dos judeus trouxe grandes bênçãos para o mundo, e a sua pobreza espiritual trouxe ricas bênçãos para os não-judeus. Então, quando se completar o número de judeus que voltarão para Deus, as bênçãos serão muito maiores ainda.” (Romanos 11:12 NTLH)

Essa versão é válida pois certamente nem todos os Judeus aceitarão Jesus como seu Messias prometido, mas quando o número de judeus a voltar para Deus se completar, aí sim as bênçãos serão muito maiores ainda, não somente para nós, os gentios, mas também para eles, o povo escolhido de Deus.