quarta-feira, 14 de maio de 2025

A IMPORTÂNCIA DO AMOR E DO PERDÃO

O amor é a essência da vida cristã e a base para o relacionamento com Deus e com o próximo. Mas não estou falando de um amor raso ou superficial, mas de um amor tão profundo que leva alguém a morrer pelo outro, e não apenas por aqueles que já amamos e cuidamos, mas até mesmo por quem nos odeia e nos persegue (Romanos 5:8).

1. O Amor Como Mandamento e Dom De Deus

Primeiramente, precisamos entender que amar é, sobretudo, um mandamento e, ao mesmo tempo, um dom de Deus (Marcos 12:30-31; 1 João 4:7-8). Logo, quando amamos, estamos cumprindo o mandamento dado por nosso Senhor Jesus (João 13:34), e ter fé nEle é justamente acreditar em tudo o que Ele fez e praticar o que Ele nos ensinou (Tiago 2:17). Mas, ao mesmo tempo em que estamos praticando o mandamento de amar, só podemos fazê-lo porque nos foi dado esse dom (Romanos 5:5; 2 Timóteo 1:7; Gálatas 5:22; 1 João 4:19). Assim, não podemos amar o próximo sem o dom de Deus, e também não amaremos ao próximo apenas por termos esse dom; devemos exercitá-lo, colocá-lo em prática (1 João 3:18).

Jesus afirmou que os dois maiores mandamentos são amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-39). Posteriormente, Ele deu um novo mandamento:

“amar ao próximo como Ele nos amou” (João 13:34).

Esse novo mandamento nos conduz à prática do verdadeiro amor, pois amar o próximo como amamos a nós mesmos pode ser problemático. Se não soubermos nos amar corretamente, corremos o risco de, em vez de amar o próximo, prejudicá-lo, boicotá-lo ou até mesmo rejeitá-lo, refletindo nele nossas próprias dificuldades emocionais, como pessimismo, masoquismo ou baixa autoestima. Assim, trataríamos os outros de forma inadequada, da mesma maneira que nos tratamos.

O oposto também é verdadeiro: se formos egoístas, interesseiros, avarentos, amantes dos prazeres do mundo e do dinheiro, amaríamos ao próximo sob essa mesma perspectiva, ensinando-o e incentivando-o a ser soberbo, controlador, avarento, egoísta, invejoso, ou seja, direcionaríamos o próximo nos mesmos objetivos errados que temos. No entanto, quando Jesus nos dá o mandamento de amar ao próximo como Ele nos amou, temos um exemplo claro, um padrão, um norte, uma régua para medir como devemos amar as pessoas, baseando-nos no mesmo amor que Cristo teve por nós (Efésios 5:2).

2. O Exemplo do Amor de Deus

São várias as demonstrações do amor de Deus que podemos citar. Um exemplo é o cuidado que Ele teve com Noé e sua família, preservando-os do dilúvio e garantindo a continuidade da humanidade (Gênesis 6:8-9, 18). Também vemos Seu amor por Abraão ao chamá-lo e prometer que faria dele uma grande nação, abençoando todas as famílias da terra por meio de sua descendência (Gênesis 12:1-3).

O amor de Deus se manifesta de maneira especial ao povo de Israel, libertando-o da escravidão no Egito (Êxodo 3:7-8) e sustentando-o com paciência no deserto, provendo alimento, água e proteção, mesmo diante de murmurações e rebeldias (Deuteronômio 8:2-4).

Outro exemplo marcante é o amor demonstrado a Davi por meio do perdão, mesmo após seu grave pecado contra Deus. Quando Davi se arrependeu, o Senhor o perdoou, mostrando Sua misericórdia (2 Samuel 12:13).

Além disso, Deus expressou Seu amor por meio dos profetas, chamando Seu povo ao arrependimento e à restauração. No livro de Oséias, por exemplo, o amor de Deus é comparado ao de um marido fiel que deseja restaurar sua esposa infiel (Oséias 2:19-20; 11:1-4).

Por fim, vemos o cuidado de Deus para com Jonas, mesmo quando ele tentou fugir de Sua missão. Deus corrigiu o profeta, mas também o preservou e mostrou Seu amor não apenas a Jonas, mas também ao povo de Nínive, ao conceder-lhes a oportunidade de arrependimento (Jonas 3:10; 4:11).

Mas, em uma única atitude, já podemos enxergar Seu grande amor ao ver que Deus enviou Seu próprio Filho, Jesus, para morrer pelos pecadores (Romanos 5:8). Esse amor é incondicional e se manifesta na graça e na misericórdia que recebemos diariamente (Lamentações 3:22-23). Além disso, Ele nos adotou como filhos por meio de Cristo, um ato de amor que nos dá identidade e herança espiritual (1 João 3:1; Efésios 1:5).

a. O Exemplo do Amor de Cristo

Cristo nos mostrou o verdadeiro amor de várias formas:

  • Sacrifício na cruz – Jesus deu a própria vida por nós, demonstrando o maior ato de amor (João 15:13; 1 João 3:16).
  • Perdão aos pecadores – Mesmo na cruz, Jesus intercedeu pelos que o crucificavam, ensinando-nos a amar até os inimigos (Lucas 23:34).
  • Serviço humilde – Ele lavou os pés dos discípulos, mostrando que o verdadeiro amor se expressa em humildade e serviço (João 13:14-15).
  • Compadecimento pelos necessitados – Jesus teve compaixão dos famintos, dos enfermos e dos aflitos, demonstrando que o amor se expressa no cuidado com o próximo (Mateus 9:36; Marcos 1:41).

3. O Perdão como Expressão do Amor

Como já vimos, o amor é um mandamento (João 13:34). Ninguém ama automaticamente; é preciso praticá-lo. O amor apenas por palavras não é válido (1 João 3:18), pois ele se manifesta através de ações. Uma das ações que mais provam o amor é o perdão.

O perdão é um reflexo do amor divino. Deus nos perdoou em Cristo, e devemos perdoar uns aos outros da mesma maneira (Colossenses 3:13). Jesus ensinou que devemos perdoar ilimitadamente (Mateus 18:21-22) e advertiu que quem não perdoa também não será perdoado (Mateus 6:14-15).

Sobre o que Jesus disse em Mateus 6:14-15, Ele não está negando a graça ou estabelecendo condições para a salvação. Em vez disso, Ele revela que alguém que realmente experimentou o perdão de Deus naturalmente perdoará os outros.

Se alguém diz ter recebido o perdão divino, mas se recusa a perdoar, isso pode indicar que ainda não compreendeu verdadeiramente a graça de Deus. O próprio Jesus ilustra esse princípio na parábola do credor incompassivo (Mateus 18:21-35). Nela, um servo que foi perdoado de uma grande dívida se recusa a perdoar uma pequena dívida de outro servo. No final, ele é castigado, pois sua falta de perdão demonstrava que não valorizava a misericórdia recebida.

4. O Amor e o Perdão na Prática

a- Perdoar de Coração: Não basta apenas dizer que perdoamos; o perdão deve ser sincero (Mateus 18:35).

b- Evitar a Amargura: A falta de perdão gera raiz de amargura, que contamina a alma (Hebreus 12:15).

c- Amar os Inimigos: Jesus ensinou a amar e orar por aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44).

d- Promover a Reconciliação: Sempre que possível, devemos buscar paz e harmonia (Romanos 12:18).

Como vimos acima, sempre que possível, devemos buscar a paz e a harmonia. Isso significa que a decisão parte de nós, ou seja, devemos tomar a iniciativa de ir até a pessoa e perdoá-la. Podemos pensar: "Ah, mas se foi ele quem errou, ele é quem deve vir até mim pedir perdão."

Pois bem, essa é a lógica do mundo, que tenta nos fazer acreditar que essa é a atitude correta. No entanto, esse não é o princípio divino nem o comportamento digno de filhos de Deus. Podemos ver isso em várias passagens além de Romanos 12:18.

5. O perdão independe do pedido do outro

Um exemplo claro de que o próximo não precisa pedir perdão para que o perdoemos é o ensinamento de Jesus, que mostra que devemos perdoar independentemente de a outra pessoa reconhecer sua falha:

Marcos 11:25 – "E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas."

Isso demonstra que o perdão é uma decisão pessoal, tomada diante de Deus, sem esperar que o ofensor venha pedir.

Outro grande exemplo é o próprio Jesus na cruz:

Lucas 23:34 – "Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem."

Jesus perdoou aqueles que o crucificaram, mesmo sem que eles tivessem pedido perdão.

Da mesma forma, Estêvão, ao ser apedrejado, seguiu o exemplo de Cristo:

Atos 7:60 – "Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! E, com estas palavras, adormeceu."

Estêvão perdoou seus algozes sem esperar que eles reconhecessem o erro.

6. Quando o objetivo é a restauração do relacionamento

Se, além de perdoar, o objetivo for restaurar um relacionamento, devemos tomar a iniciativa e procurar a pessoa. A Bíblia nos orienta a buscar a reconciliação:

Mateus 5:23-24 – "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta."

Se soubermos que há algo mal resolvido, devemos buscar a reconciliação antes de continuar nossa adoração.

Jesus também ensina que, se alguém pecou contra nós, devemos procurá-lo e tentar resolver diretamente:

Mateus 18:15 – "Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão."

7. E se a pessoa não aceitar o perdão?

Se a pessoa não aceitar o perdão, ainda assim devemos perdoar, pois o perdão não depende da resposta do outro, mas da nossa obediência a Deus (Romanos 12:18). Jesus ensinou que perdoar é essencial para nossa comunhão com Deus (Marcos 11:25), e guardar rancor pode nos prejudicar espiritualmente (Efésios 4:31-32; Hebreus 12:15). O perdão não significa concordar com o erro nem manter um relacionamento tóxico (Provérbios 22:24-25; Mateus 10:14), mas sim libertar nosso coração da mágoa e viver em paz (Colossenses 3:13; Romanos 12:18).

8. Benefícios do Amor e do Perdão

As consequências de amar e perdoar não se restringem apenas a obedecer a Deus; essas atitudes trazem benefícios para aqueles que aprendem a amar e perdoar de coração.

Quem ama e perdoa experimenta a paz de Deus.

A essência de Deus é o amor (1 João 4:8), e Ele nos chama a amar como Ele ama. O perdão também vem d'Ele, pois foi Ele quem nos perdoou primeiro (Efésios 4:32). Quando escolhemos amar e perdoar, nos alinhamos com o caráter de Deus e experimentamos Sua paz.

Guardar rancor e mágoa gera sofrimento interior, causando ansiedade e inquietação (Hebreus 12:15). No entanto, quando perdoamos, nos livramos desse peso e abrimos espaço para a paz de Deus.

O Espírito Santo produz em nós amor, paciência e paz (Gálatas 5:22). Ao praticarmos o amor e o perdão, tornamo-nos receptivos à ação do Espírito Santo, que nos enche da paz divina. Quem vive no perdão não carrega culpa nem ressentimento e, por isso, experimenta a paz que vem de Deus.

Relacionamentos Restaurados:

O amor e o perdão são fundamentais para restaurar e fortalecer os relacionamentos. A Bíblia ensina que "o amor cobre multidão de pecados" (1 Pedro 4:8), o que significa que, quando amamos verdadeiramente, somos capazes de superar falhas e imperfeições nos outros, promovendo a reconciliação.

O perdão evita que ressentimentos e mágoas corroam os laços entre as pessoas, permitindo que relacionamentos quebrados sejam restaurados. Em vez de alimentar conflitos, o amor age como um bálsamo, trazendo cura e união.

Reflexo de Cristo:

Perdoar e amar é imitar a Cristo, refletindo Sua luz ao mundo (João 13:34-35). Jesus nos ensinou a amar como Ele amou, perdoando até mesmo aqueles que O crucificaram (Lucas 23:34).

Ao perdoarmos, rejeitamos ressentimentos e fortalecemos nossos relacionamentos, vivendo em unidade e paz, como Deus deseja (Colossenses 3:13; João 17:21). Dessa forma, mostramos ao mundo a essência do evangelho e glorificamos a Deus.

O amor e o perdão são fundamentais para a vida cristã. Deus nos chama a viver em amor e a perdoar como Ele nos perdoou. Quando praticamos esses princípios, vivemos em harmonia e testemunhamos o verdadeiro evangelho ao mundo.


sexta-feira, 18 de abril de 2025

PÁSCOA: ENTRE A VERDADE DA CRUZ E O MITO DO COELHO

O que realmente estamos celebrando na Páscoa? Será que se resume apenas à troca de ovos de chocolate supostamente entregues por um "coelho mágico"? Ou será que estamos deixando de lado o verdadeiro significado dessa data, assim como aconteceu com o Natal, que também foi deturpado por elementos comerciais e fantasiosos?

A ORIGEM DA FANTASIA

A ideia de que coelhos podem pôr ovos — e ainda por cima ovos de chocolate — é, na verdade, o resultado de uma mistura de diversas tradições de culturas antigas, que com o passar dos séculos foram se fundindo e formando o que hoje conhecemos como a “Páscoa moderna”. Essa construção cultural lembra até mesmo um “Frankenstein”, no sentido de algo feito com pedaços de várias partes desconexas.

O COELHO E A DEUSA DA FERTILIDADE

O coelho — ou melhor, a lebre — era um símbolo muito comum em rituais antigos praticados por povos que não seguiam o cristianismo, chamados pagãos. Entre esses povos estavam os germânicos (que viviam onde hoje é a Alemanha e arredores) e os anglo-saxões (povos que viviam na região onde hoje é a Inglaterra). Segundo Beda, o Venerável, historiador do século VIII, a lebre estaria associada a uma deusa germânica da fertilidade chamada Ēostre, que representava a fertilidade e a primavera. Ela era celebrada na época do equinócio da primavera, quando o dia e a noite têm a mesma duração. A lebre se tornou símbolo da fertilidade por ser um animal que se reproduz com muita facilidade.

O OVO COMO SÍMBOLO

O ovo, por sua vez, sempre foi um símbolo de fertilidade e de renovação da vida em várias culturas. Entre os persas e egípcios antigos, por exemplo, os ovos eram trocados durante a primavera como símbolo da criação e do renascimento. Em algumas tradições cristãs orientais, os ovos eram tingidos de vermelho para simbolizar o sangue de Cristo e trocados entre os fiéis como saudação pascal.

Durante a Idade Média, cristãos passaram a abster-se de ovos durante a Quaresma, e quando a Páscoa chegava, os ovos eram novamente consumidos e oferecidos como presentes, simbolizando o fim do jejum e a celebração da ressurreição de Cristo.

A CHEGADA DO CHOCOLATE

Somente nos séculos XVIII e XIX, especialmente na França e na Alemanha, os confeiteiros começaram a fabricar ovos ocos de chocolate, combinando o símbolo tradicional do ovo com a popularização do doce trazido das Américas no século XVI. A prática ganhou força com o tempo, especialmente na França e Alemanha, como uma forma de unir o simbolismo do ovo com algo mais atrativo e doce.

O COELHO QUE BOTA OVOS?

A história do “coelho que bota ovos” parece surgir de tradições alemãs, especialmente entre luteranos do século XVII, que falavam do “Osterhase”, uma lebre mítica que colocava ovos coloridos para as crianças bem-comportadas. Os imigrantes alemães levaram essa tradição para os Estados Unidos, onde ela foi ganhando força e, com o tempo, se tornou popular também em outros países — muito incentivada, é claro, pelo comércio.

Hoje, não só os ovos são feitos de chocolate, como os próprios coelhos também (risos). A indústria alimentícia e o comércio viram nessa mistura simbólica uma oportunidade perfeita para vender produtos temáticos na Páscoa, o que colaborou ainda mais para o afastamento do verdadeiro significado da data.

ENTÃO, O QUE SIGNIFICA PRESENTEAR COM OVOS NA PÁSCOA?

Originalmente, o ato de presentear com ovos representava o renascimento, a fertilidade e a esperança de uma nova vida. Com o tempo, esse gesto foi sendo ressignificado para os cristãos como um símbolo da ressurreição de Jesus Cristo, que venceu a morte e trouxe nova vida a todos os que nele creem (João 11:25; 1 Pedro 1:3).

Entretanto, é importante lembrar que a verdadeira Páscoa cristã não tem relação com coelhos, ovos ou chocolate. Ela é a celebração da morte e ressurreição de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29), conforme tipificado na Páscoa judaica (Êxodo 12), quando os hebreus foram libertos da escravidão do Egito.

Mas... o que isso tem a ver com a fé cristã?

Nada. Absolutamente nada.

Esse é um exemplo claro do que a Bíblia chama de “fábulas” — histórias inventadas, simbologias vazias e tradições humanas que desviam o foco da verdade do evangelho. O apóstolo Paulo fez alertas firmes quanto a isso:

“Não se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que mais promovem discussões do que o serviço de Deus na fé.” (1Timóteo 1:4)

“Rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade.” (1Timóteo 4:7)

“Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças... e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” (2Timóteo 4:3-4)

“...para que sejam sadios na fé e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade.” (Tito 1:13-14)

FÁBULAS MODERNAS QUE DISTORCEM A VERDADE

As “fábulas” que Paulo combate em suas cartas são, essencialmente, ensinos que desviam do foco da verdade do evangelho — não importando se vêm do judaísmo, do paganismo ou da criatividade humana. Elas geralmente:

• São curiosas, mas inúteis espiritualmente;

• Geram mais discussões do que edificação;

• Tiraram o foco de Cristo e colocam o foco em tradições ou experiências.

Então, quando falamos de “coelhos que botam ovos de chocolate na Páscoa”, por exemplo, estamos exatamente diante de uma “fábula moderna”: uma construção fantasiosa que não edifica, não é verdadeira, e ainda desvia completamente a atenção da ressurreição de Cristo — o verdadeiro motivo da celebração.

Na mesma data em que este estudo estava sendo redigido, a Prefeitura de Pouso Alegre, por meio do Informativo nº 015/2025 (acesse o documento aqui), direcionado a professores e gestores escolares, orientou expressamente que as atividades de Páscoa nas escolas não devem fazer qualquer referência direta à crucificação, ressurreição ou a elementos litúrgicos da fé cristã. O documento afirma que esses conteúdos pertencem à religiosidade particular e, por isso, devem ser evitados nas escolas públicas.

Em seu lugar, sugere-se o uso de símbolos lúdicos como coelhos, ovos, cores e brincadeiras — todos desvinculados de qualquer significado espiritual — para estimular a imaginação e a ludicidade das crianças, promovendo valores “universais” como solidariedade, partilha e respeito. O foco, segundo o documento, é transformar a Páscoa em uma ocasião puramente cultural e pedagógica, sem qualquer associação com Jesus Cristo ou com a fé cristã, que é a raiz histórica da data.

Isso escancara uma tendência moderna e institucionalizada de substituir a verdade espiritual por tradições vazias, sem qualquer ligação com Deus ou com o evangelho. A tentativa de manter a “tradição da Páscoa”, mas sem Cristo, é justamente o que Paulo alertou em suas cartas: fábulas que afastam o coração da verdade e criam um cenário onde o essencial é ignorado em favor do superficial (1 Timóteo 1:4; 2 Timóteo 4:4).

A celebração da ressurreição de Jesus não deve ser substituída por personagens fictícios ou por valores diluídos. Se Cristo não está no centro, então não há Páscoa verdadeira.

O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA

Cristo é a nossa verdadeira Páscoa (1 Coríntios 5:7), e o maior presente que podemos celebrar é a vida eterna que temos nele. A alegria da ressurreição vai muito além de tradições e símbolos culturais — ela é uma realidade espiritual que transforma o coração.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (João 11:25)

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” (1 Pedro 1:3)

Portanto, que nesta Páscoa, possamos lembrar e proclamar com fé e gratidão: Cristo ressuscitou! Ele vive, e por isso vivemos também.

A ORIGEM DA PÁSCOA

Muitos cristãos afirmam, com razão, que na Páscoa celebramos a ressurreição de Jesus Cristo. Essa é, de fato, a perspectiva cristã da Páscoa. No entanto, é importante compreender que a Páscoa já era celebrada muito antes da crucificação e ressurreição de Jesus. Ele mesmo celebrou a Páscoa com seus discípulos antes de ser entregue à morte (Lucas 22:7-20).

A Páscoa tem suas raízes no Antigo Testamento. Era uma celebração ordenada por Deus ao povo de Israel em memória de sua libertação do Egito, onde foram escravizados por cerca de 400 anos (Êxodo 12:40-41). Quando Deus chamou Moisés para libertar os israelitas (Êxodo 3), o faraó resistiu, e Deus enviou uma série de pragas sobre o Egito. A última delas seria a morte dos primogênitos (Êxodo 11).

Foi então que Deus deu uma orientação decisiva: cada família israelita deveria sacrificar um cordeiro e marcar com o sangue as ombreiras e a verga das portas. Ao ver o sangue, o anjo da morte "passaria por cima" da casa — e assim os primogênitos seriam poupados (Êxodo 12:1-30). A palavra "Páscoa" vem justamente do hebraico Pessach, que significa "passar por cima".

Essa noite marcou o início da libertação do povo, que sairia do Egito rumo à Terra Prometida. A partir de então, a Páscoa foi instituída como uma celebração anual de memória e gratidão pela salvação concedida por Deus (Êxodo 12:14; Levítico 23:4-5).

CRISTO: NOSSA PÁSCOA

Jesus Cristo foi crucificado exatamente durante o período da Páscoa judaica (Mateus 26:2), e isso não é uma coincidência. Ele é o verdadeiro Cordeiro de Deus, aquele cujo sangue nos livra da condenação eterna (João 1:29; 1 Coríntios 5:7). Assim como o sangue do cordeiro poupou os lares dos hebreus, o sangue de Cristo nos salva da morte espiritual e da escravidão do pecado.

Portanto, a ressurreição de Jesus aconteceu na data em que os judeus celebravam a libertação do Egito — mas agora, toda a humanidade pode celebrar a libertação do pecado e da morte eterna por meio da cruz e do túmulo vazio.

“Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos.” (Romanos 6:6)

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36)

Essa é a verdadeira Páscoa dos cristãos: a celebração da nova vida em Cristo. Não se trata de coelhos, ovos ou símbolos vazios, mas de um evento que mudou o curso da história — e de nossas vidas: Jesus venceu a morte, e por isso temos vida!

Que nesta Páscoa, possamos ir além das fábulas modernas e retornar à essência da fé. Que possamos ensinar nossos filhos, familiares e amigos que o verdadeiro sentido da Páscoa está em Jesus — o Cordeiro que foi morto, mas ressuscitou gloriosamente ao terceiro dia.

“Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado.” (1 Coríntios 5:7)

“Ele não está aqui, mas ressuscitou.” (Lucas 24:6)

Aleluia! Cristo vive — e, por Ele, nós também viveremos!

terça-feira, 15 de abril de 2025

A SEMANA DA PÁSCOA: O QUE É TRADIÇÃO E O QUE É ESCRITURA?

Para os católicos, a Semana Santa inicia-se no domingo anterior à Páscoa, ou seja, 7 dias antes de sua ressurreição (Mateus 28:1; Marcos 16:2; Lucas 24:1; João 20:1). Nesse primeiro domingo, celebram o Domingo de Ramos, celebrando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém ( Mateus 21:1-11; Marcos 11:1-11; Lucas 19:28-44; João 12:12-19).

“1 ¶ Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: 2  Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho. Desprendei-a e trazei-mos. 3  E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei-lhe que o Senhor precisa deles. E logo os enviará. 4  Ora, isto aconteceu para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta: 5  Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga. 6  Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara, 7  trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. 8  E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. 9  E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas! 10  E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, e perguntavam: Quem é este? 11  E as multidões clamavam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia!” (Mateus 21:1-11 RA)

Aqueles ramos que vemos os católicos carregarem são em referência a essa passagem (João 12:13), aqueles tapetes gigantes feitos com serragem colorida de madeira também são em referência a essa passagem em que as pessoas espalhavam suas vestes e ramos das árvores pela estrada para que Jesus passasse por ela (Mateus 21:8).

O clamor que as pessoas faziam: HOSANA, trata-se de uma palavra hebraica, é uma interjeição que pode ser traduzida como "Salva, por favor!" ou "Salva-nos agora!" (Mateus 21:9). É uma expressão de súplica, um pedido por ajuda ou livramento, que foi direcionado a Jesus Cristo, mostrando que aquelas pessoas sabiam que Ele, Jesus, aquele que estava montado em um jumentinho, era o Senhor e Salvador de todos (João 12:13).

A Igreja Católica tem tradições religiosas durante toda essa semana, apesar de não ser possível encontrar na Bíblia esses eventos de forma cronológica de maneira exata, eles celebram a segunda-feira santa como sendo o dia em que Jesus expulsa os vendedores do templo (João 2:13-22). Terça-feira santa é vista como o dia em que Jesus é confrontado pelos líderes do templo pela sua atitude no dia anterior (Mateus 21:23-27). Na quarta-feira santa, destaca-se a traição de Judas (Mateus 26:14-16), a conspiração dos mestres da lei contra Jesus (Mateus 26:3-4), e também a preparação de Jesus a seus discípulos para os dias que viriam, incluindo sua prisão, julgamento e crucificação (Mateus 26:17-75).

Na quinta-feira santa, esse sendo um dos dias mais importantes antes da morte dEle, os católicos celebram a última ceia de Jesus, onde ele parte o pão e o cálice e pede aos apóstolos que façam isso em memória dEle (Lucas 22:19-20). Os católicos acreditam que na Eucaristia, o pão e o vinho se tornam o corpo e o sangue de Cristo, e é um sacramento central da fé católica (1 Coríntios 10:16).

Nesse dia também, algumas lideranças católicas celebram o LAVA-PÉS, simbolizando a humildade e amor ao próximo, onde uma pessoa lava os pés de outras 12 pessoas simulando o que Jesus fez naquela mesma noite (João 13:1-17).

Sexta-feira Santa, Este é o dia da Paixão do Senhor, um dia de jejum e penitência em que se recorda a crucificação de Jesus (Mateus 27:32-56). Na Sexta-feira Santa, especificamente, os católicos são encorajados a observar um jejum rigoroso. Não se deve tomar café da manhã e deve-se evitar qualquer tipo de prazer, incluindo namoro. Além disso, não se deve beber cerveja, cachaça ou qualquer bebida alcoólica. O vinho é a única bebida permitida.

Sábado Santo, também conhecido como Sábado de Aleluia, é um dia de oração e expectativa, marcando a vigília pascal, uma das celebrações mais significativas no calendário litúrgico dos católicos. É um momento de espera simbolizando a descida de nosso Senhor e Salvador ao mundo dos mortos, onde Ele venceu o poder da morte ao ressuscitar e libertar os cativos (Apocalipse 1:17-18, Colossenses 2:15, Efésios 4:8-10).

Finalmente então, no domingo de Páscoa, celebra-se a Ressurreição de nosso Salvador Jesus Cristo, o dia mais importante de todos, pois foi nesse dia que ele venceu a morte e agora vivo pode nos dar a mesma vida (Mateus 28:6; Marcos 16:6; Lucas 24:6; João 20:9, João 11:25).

Todas essas tradições acima descritas são originais e praticadas pela Igreja Católica. A maioria delas, porém, não é adotada pelas igrejas protestantes. Os protestantes surgiram no século XVI, com a Reforma iniciada por Martinho Lutero. O termo "protestante" passou a ser usado para identificar aqueles que se opunham a determinadas práticas e doutrinas da Igreja Católica que consideravam contrárias às Escrituras Sagradas — como a venda de indulgências e a idolatria. Os reformadores denunciaram a deturpação da mensagem do Evangelho provocada por essas práticas, reafirmando a centralidade da adoração exclusiva a Deus e a salvação pela graça, mediante a fé em Cristo. Esses princípios permanecem essenciais para as igrejas evangélicas até os dias de hoje.

Mas não é por isso que tudo o que a Igreja Católica pratica está errado. Um exemplo é a Ceia do Senhor, que é uma prática baseada na passagem bíblica em Lucas 22:19-20, onde Jesus pediu aos apóstolos para realizarem em Sua memória, e eles continuaram a fazê-lo, conforme registrado nos Atos dos Apóstolos 2:42, 1 Coríntios 11:23-26, 1 Coríntios 10:16-17. Inclusive os protestantes também praticam essa Ceia em memória de Jesus.

Mas algumas tradições são exclusivas dos católicos, estabelecidas pelos Papas, como a questão de se abster-se de carne na semana santa, não há referência bíblica para isso.

Vejo frequentemente a prática da piedade sendo confundida com "tristeza" no dia em que Jesus morreu na cruz. É claro que ninguém, nem mesmo Deus, celebra a morte de seu próprio filho. No entanto, Ele não está morto; Ele ressuscitou (1 Coríntios 15:3-4), e essa morte foi essencial para a nossa salvação (Romanos 5:8).

Alegria! Pode até parecer que devemos ficar tristes com a morte de Jesus, mas Ele morreu para que tenhamos alegria. Ele sabia de tudo, não foi traído, pois já sabia e escolheu o que o trairia (João 13:11). Não foi morto, pois Ele se entregou (João 10:18). Ninguém poderia impedir o que Jesus veio fazer. Pedro até tentou convencê-Lo, mas foi duramente advertido e ainda chamado de Satanás (Mateus 16:23), pois o plano, apesar de ter tido um desfecho horrível, foi necessário para nos dar vida.

segunda-feira, 10 de março de 2025

O MUNDO REJEITA O CRISTÃO

Essa afirmação pode parecer difícil para aqueles que acreditam que o amor de Deus une a todos e, por isso, o mundo o aceitaria. No entanto, quando vivemos no verdadeiro amor de Deus e na verdade do evangelho, percebemos que aqueles que não compartilham da fé cristã tendem a nos rejeitar. Essa rejeição não ocorre de forma externa apenas, mas é sentida no convívio diário.

Muitos recém-convertidos notam que seus amigos ou círculo social começam a tratá-los com indiferença, desprezo ou até mesmo deboche pelo fato de terem aceitado Jesus como Senhor de suas vidas. Contudo, essa experiência não é exclusiva de alguns cristãos, mas algo que todos enfrentam em algum momento, pois aqueles que vivem distantes da verdade tendem a rejeitar aqueles que pertencem a Cristo.

Jesus já nos alertava sobre isso:

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim" (João 15:18-20).

O apóstolo João também reforça essa realidade: "Não vos maravilheis, irmãos, se o mundo vos odeia" (1 João 3:13).

O próprio Cristo foi rejeitado, e não falo do fato de terem “cancelado” ele, não me refiro a rejeição que fizeram ao condenarem a cruz, falo da rejeição que teve até por sua própria família e conterrâneos (Marcos 6:1-6, Marcos 3:21, João 7:5). Portanto, essa rejeição que sofremos não deve nos surpreender, mas sim nos fortalecer na fé, pois é um sinal de que seguimos os passos de Cristo.

A luz incomoda as trevas

A vida de quem segue a Cristo muitas vezes expõe o pecado dos outros, o que pode causar desconforto. Aquele que vive na mentira foge da luz para que ela não revele o mal que pratica; já aqueles que vivem na verdade procuram a luz para que seja visto claramente que suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus (João 3:19-21).

Quando um crente vive conforme a Palavra, aqueles que não querem mudar se afastam, debocham e o insultam (1 Pedro 4:3-4).

O exemplo de Noé deixa isso claro: ele viveu praticamente sem amigos ou parentes, contando apenas com sua família, pois o mundo se afastava dele. Isso não significa que Noé se afastava do mundo, pois ele pregava sobre a justiça de Deus, mas ninguém além de sua família o ouviu (2 Pedro 2:5).

Jesus avisou que sua vinda seria em um momento em que o mundo estivesse vivendo como nos dias de Noé (Mateus 24:37-39). Portanto, não devemos nos desanimar se estivermos na contramão do que o mundo pratica, mas, sim, permanecer esperançosos, pois estamos no caminho correto, assim como Noé estava.

Sua fé e obediência a Deus o separaram do mundo.

Isso não significa que devemos morar no mato, isolados de todos, ou que não devemos mais receber visitas e visitar nossos parentes. Pelo contrário, não devemos nos isolar. Mesmo enfrentando rejeição, somos chamados a amar e testemunhar (Mateus 5:14-16).

O apóstolo Paulo procurava estar com todos, não se comportando pecaminosamente, mas adaptando-se, no que dizia respeito à fé, àqueles que estavam ao seu redor, sem comprometer sua fidelidade a Deus:

“Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.” (1 Coríntios 9:22 RA).

Paulo não estava sugerindo que se comportava de maneira pecaminosa ou hipócrita para agradar diferentes grupos de pessoas. Pelo contrário, ele se adaptava culturalmente a cada contexto para facilitar a pregação do evangelho, sem comprometer sua fé ou seus princípios cristãos.

Com os judeusEle seguia costumes judaicos para não causar escândalo entre eles, como vemos em Atos 16:3, onde circuncidou Timóteo para facilitar a pregação entre os judeus. Também em Atos 21:23-26, ele participou de um ritual no templo para mostrar respeito à Lei.

Com os gentiosEle não os obrigava a seguir tradições judaicas, como vemos em Gálatas 2:3-5. Em Atos 17:22-31, no discurso em Atenas, Paulo usa referências culturais e filosóficas gregas para apresentar o evangelho.

Com os fracos na féEle evitava fazer algo que escandalizasse aqueles que tinham uma consciência mais sensível, como em 1 Coríntios 8:13, onde diz que, se comer carne levasse alguém a tropeçar, ele preferia nunca mais comer carne.

Nesse mesmo contexto, quando estivermos reunidos com parentes e amigos que não são cristãos, podemos agir da seguinte forma:

I-  Manter o Respeito e o Amor

Mesmo que tenham valores ou comportamentos diferentes, é importante evitar julgamentos severos e agir com paciência e compaixão (Colossenses 4:5-6).

II-  Evitar Polêmicas Desnecessárias

Nem toda conversa precisa virar um debate sobre fé. Paulo sabia quando era o momento certo de falar e quando era melhor apenas demonstrar o evangelho pelo comportamento (1 Tessalonicenses 4:11-12). Se surgirem discussões sobre religião, devemos falar com sabedoria e mansidão, sem tentar impor nossa fé (2 Timóteo 2:24-25).

III-  Participar do Convívio Sem Comprometer a Fé

Assim como Paulo participava dos costumes judaicos sem abrir mão da verdade do evangelho, nós também podemos participar de eventos familiares, festas ou encontros sem nos envolvermos em práticas que vão contra nossa fé. Por exemplo, estar presente em um almoço de família é algo positivo, mas isso não significa que devemos participar de conversas ou comportamentos que desagradam a Deus.

IV-  Ser Exemplo Através das Atitudes

O testemunho cristão no dia a dia fala mais alto do que palavras. Se a família vê paciência, bondade, humildade e honestidade em nossa vida, isso causa impacto (Mateus 5:16). Pequenas atitudes, como ajudar em casa, demonstrar gratidão e ser paciente em momentos de conflito, podem ser formas eficazes de evangelismo.

V-  Saber Quando Falar do Evangelho

Paulo sabia adaptar sua abordagem para cada grupo, e isso também se aplica ao falar de Cristo para familiares. Algumas pessoas podem estar abertas a ouvir sobre Deus, enquanto outras rejeitam de imediato. Orar por discernimento e aguardar o momento certo é essencial (1 Pedro 3:15).

VI-  Não Ter Medo de Ser Diferente

Paulo se adaptava culturalmente para alcançar as pessoas, mas nunca comprometia sua fé. Da mesma forma, ao conviver com parentes não cristãos, podemos ser amigáveis e participativos sem sentir a necessidade de agir como eles para sermos aceitos. Muitas vezes, isso significa recusar certas conversas, comportamentos ou práticas que vão contra os princípios bíblicos, mesmo que isso nos torne diferentes. Permanecer firme na fé, com amor e respeito, é um testemunho poderoso e pode até despertar o interesse dos outros pelo evangelho.

Uma nova família na FÉ

Ainda que alguns se afastem, Deus nos dá uma nova família na fé (Marcos 10:29-30). Por isso, é importante termos comunhão não apenas com aqueles que não são cristãos, mas, principalmente, com a verdadeira família na fé, com aqueles que verdadeiramente são nossos irmãos e irmãs (Hebreus 10:24-25).

O desafio de perseverar

Não devemos nos conformar ao mundo para sermos aceitos (Romanos 12:2). O mundo pode nos pressionar a seguir suas normas, suas práticas e suas ideias, mas, como cristãos, somos chamados a viver de acordo com os padrões de Deus, que muitas vezes estão em desacordo com o que o mundo considera normal. Não devemos abrir mão de nossa fé ou de nossos valores para agradar aqueles que ainda vivem na mentira, pois, ao fazê-lo, comprometemos nosso testemunho e nossa integridade espiritual.

A aprovação de Deus deve ser nossa maior prioridade, pois sua aceitação é eterna e verdadeira, enquanto a aprovação dos homens é temporária e superficial (Gálatas 1:10). Somos chamados a agradar a Deus, não aos homens, sabendo que, ao buscarmos a Sua vontade, Ele nos conduzirá ao melhor caminho, mesmo que isso nos coloque em desacordo com o mundo ao nosso redor.

A jornada cristã, muitas vezes, envolve rejeição e desafios, como Jesus e os apóstolos experimentaram. No entanto, devemos permanecer firmes na fé, como Noé, sabendo que estamos no caminho certo, mesmo quando estamos em desacordo com o mundo. Somos chamados a ser luz sem nos isolarmos, demonstrando o amor de Cristo em nossas atitudes, como Paulo fez. A aprovação de Deus deve ser nossa prioridade, pois Ele nos oferece uma nova família na fé, que nos fortalece. Não devemos nos conformar aos padrões do mundo, mas seguir a vontade de Deus, com confiança de que Sua recompensa é eterna.